1-Um dos principais tipos de migrações internacionais existentes é a chamada “fuga de cérebros”, que
consiste:
a) na perda de trabalhadores com baixa qualificação técnica para países estrangeiros, geralmente mais
desenvolvidos.
b) na migração sazonal de pesquisadores universitários e estudantes, como em intercâmbios e cursos
de capacitação.
c) na adoção de políticas internacionais para facilitar o deslocamento dos profissionais de alta
capacidade e boa formação escolar.
d) no deslocamento em massa de profissionais especializados e de grande conhecimento para outros
países.
2-A migração pode ser definida como:
a) A entrada de migrantes em um determinado país.
b) A saída de migrantes de um determinado país para outro.
c) O deslocamento populacional pelo território de um país.
d) Qualquer deslocamento espacial realizado por uma pessoa ou por parte de uma população.
3-Os refugiados são pessoas que escaparam de conflitos armados ou perseguições. Com frequência,
sua situação é tão perigosa e intolerável que devem cruzar fronteiras internacionais para buscar
segurança nos países mais próximos e então se tornar um “refugiado” reconhecido internacionalmente,
com acesso à assistência dos Estados, da ACNUR (Agência da ONU para Refugiados) e de outras
organizações.
ADRIAN EDWARDS Adaptado de acnur.org, outubro/2015.
O conceito de refugiado, apresentado no texto, está diretamente associado aos problemas políticos e
econômicos que afetam diversos países na atualidade. Nos últimos anos, a região de origem que tem
contribuído com o maior número de refugiados em direção a países da União Europeia é:
a) Leste Europeu
b) Oriente Médio
c) Extremo Oriente
d) Península Balcânica
4-De acordo com suas informações adquiridas por meio de sua leitura até o momento, explique qual é a
diferença entre migrante e refugiado?
5-Em busca de melhores condições de vida, muitos imigrantes saem de países pobres em direção aos
territórios de economias desenvolvidas. Essa procura intensifica-se porque nos países desenvolvidos há:
6-Um dos principais traços da dinâmica demográfica mundial é a migração internacional, que recria
conflitos espaciais de diferentes ordens. Esse tipo de migração é explicado pelo:
7- Deslocamento populacional diário de ida e volta, semelhante ao movimento do pêndulo de um
relógio. É o caso de milhares de habitantes de cidades vizinhas que se deslocam diariamente para os
grandes centros urbanos, onde estão localizados seus empregos e locais de estudos.
O fragmento acima se refere a qual tipo de migração?
Esse blog tem o intúito de ajudar meu trabalho docente, visto que a maioria de meus alunos têm acesso à internet. Aqui serão postados as atividades que serão trabalhadas nas turmas que leciono, além de sugestões de sites, textos, músicas, vídeos, etc.
Web Radio Sinfonia Jovem
quarta-feira, 25 de março de 2020
Atividade - Um dia no Paleolítico - 6º ano
"Aqui, em uma curva da
corrente (de um rio), vemos um pequeno grupamento humano, cinco fêmeas adultas
e um aglomerado de crianças e jovens. (...). Estão conversando alto, alguns
deles trocam observações e alguns discutem os planos do dia. Mais cedo, antes
do nascer do sol, quatro machos adultos do grupo haviam partido em busca de
carne. O papel das fêmeas é coletar alimentos, vegetais, que todos percebem ser
o principal produto econômico em suas vidas. Os machos caçam, as fêmeas
coletam.
Três fêmeas agora estão
prontas para partir. Como vestimenta usam uma pele de animal jogada sobre os
ombros que o papel duplo de servir para transportar o bebê, e mais tarde para
transportar o alimento. Elas levam consigo bastões curtos e pontiagudos, que
uma das fêmeas prepara antes usando lascas de pedra afiadas para aparar galhos
fortes. Estes bastões servem para cavar, o que permite que as fêmeas
desenterrem tubérculos suculentos.
Para colher frutas maduras elas terão que
esperar até mais para o fim do ano, quando as chuvas tiverem feito o trabalho
da natureza.
Para trás junto a corrente,
duas fêmeas repousam. Uma delas ensina uma garota a fazer artefatos de pedra.
Pacientemente, a mulher faz dois seixos de lava bater um contra o outro, com um
golpe rápido e preciso. Uma lasca perfeita desprende-se. A menina tenta fazer o
mesmo.
Obter lascas afiadas é mais difícil do que
parece, e a habilidade é ensinada principalmente por meio do exemplo, e não
pela instrução verbal. A garota tenta fazer novamente, e dessa vez sua ação é
um pouco diferente. Uma lasca afiada destaca-se do seixo, e a garota deixa
escapar um grito de triunfo.
Ao entardecer, o acampamento
na margem da corrente fervilha novamente, as três mulheres retornaram com suas
peles de animais carregadas de comida: ovos de pássaros, três pequenos lagartos
e mel. Felizes, as mulheres conversam sobre o que os homens trarão. Muitas
vezes, os caçadores retornam de mãos vazias. Isto faz parte da natureza da
busca à carne.
Cansados e cobertos de suor,
os três homens voltam exultantes. Eles trazem um bicho, e com o uso de
ferramentas de pedra começam a cortar o couro do animal e a separar a carne.
Naquela noite o homem que conduziu o grupo de caçadores corta os pedaços da
carne e entrega para as mulheres que sentam em torno dele. As mulheres dão
pedaços para as crianças. Três dias mais tarde o grupo deixa o acampamento pela
última vez em busca de segurança de terrenos mais elevados.
Os indícios de sua presença
estão espalhados por toda a parte (...). Uma camada fina de depósito cobre os
detritos de cinco dias na vida de nosso pequeno grupo, encerrando uma história
curta. Finalmente tudo, exceto os ossos e as pedras decompõe-se, deixando
magros indícios a partir dos quais reconstruímos essa história." (adaptado
de LEAKEY, Richard. A origem da espécie humana. Rio de Janeiro: Rocco, 1995. p
7).
Agora
responda as questões:
1- Sobre o que fala o texto?
2- Como você acha que foi possível ao
paleontólogo Richard Leakey reconstruir o cotidiano na vida desse grupo de
milhares de anos atrás?
3- Explique como os mais jovens aprendiam as
tarefas necessárias para a vida adulta. Retire um trecho que mostre isso.
4- Quais ferramentas de trabalho são descritas
no texto e para que elas são utilizadas
5- Como se vestiam os homens de que fala o
texto?
6- Reproduza um trecho do texto que explicite
se esse grupo humano era nômade ou sedentário.
7- Ilustre o texto
A VIDA E O TRABALHO NA PRÉ – HISTÓRIA
A PRÉ HISTÓRIA DO
TRABALHO
A nossa história começa
há cerca de dois milhões de anos, na Idade da Pedra Lascada, também conhecida
como período Paleolítico. A principal preocupação do homem primitivo era manter
sua subsistência, e para isso ele dependia principalmente dos recursos naturais
disponíveis. Sua alimentação era composta de frutos silvestres, peixe e a caça
de animais.
AS PRIMEIRAS
FERRAMENTAS
As
armas e ferramentas utilizadas eram feitas de osso ou pedra, para ganhar forma
elas eram lascadas e depois destinadas para funções como cortar, raspar ou
furar.
A MORADIA
Os homens da
Pré-História eram nômades, isto é, de tempos em tempos eram obrigados a mudar
em busca de alimentos, como eles retiravam seu sustento da natureza, com o
tempo a comida ia acabando, e muitas vezes eles se viam obrigados a competir
com os animais na procura de alimentação.
O TRABALHO DAS MULHERES
A preparação dos
alimentos ficava por conta da mulher, que também era responsável por cuidar dos
filhos, colher os frutos e confeccionar as roupas utilizando a pele da caça. Os
trajes da época eram feitos de pele de rena, raposa, castor ou lontra. Alguns
utilizavam enfeites, como conchas por exemplo.
O TRABALHO DOS HOMENS
A falta de recursos
obrigava o homem a utilizar a criatividade para conseguir o alimento, uma das
estratégias mais comuns de caça era acuar os animais junto a um rio ou clareira
(de modo que não pudessem fugir). Para matar sua presa, eles confeccionavam
flechas, lanças ou mesmo pedras.
Atividade Revolução Industrial - 8º Ano
1. Para
transformação da matéria-prima existem três formas: Artesanato, manufatura e
maquinofatura. Para as frases a seguir coloque 01 para as ligadas com o
artesanato, 02 para manufatura e 03 para maquinofatura.
( )
|
Várias
pessoas deixaram de trabalhar em casa, oficinas ou galpões para trabalhar
dentro da fábricas.
|
( )
|
Reunião
vários trabalhadores que dividiam o processo de produção
|
( )
|
Era dono da
própria matéria-prima e das ferramentas.
|
( )
|
Trabalhavam
em um pequeno cômodo em casa (oficinas)
|
( )
|
Passaram a
trocar a força de trabalho em troca de um salário e ser comandado por um
patrão.
|
2. Quais dessas
máquinas não foram inventadas com a Revolução Industrial.
a) Fiar
b) Tear
c)
Locomotiva
d) Tricotar
3. A Revolução
Industrial teve início na Inglaterra em meados do século XVIII. Qual das
alternativas abaixo explica o pioneirismo inglês na Revolução Industrial?
a) Presença de petróleo no território;
mão-de-obra em abundância; capital da nobreza para investimentos; presença de
grande quantidade de máquinas importadas da França.
b) Economia
baseada no feudalismo, grande quantidade de artesãos; boas reservas de carvão mineral;
contatos comerciais com a Índia.
c) Presença de grandes reservas de carvão mineral
e minério de ferro em seu território; mão-de-obra em abundância; capital da
burguesia para investimentos em indústrias; mercado consumidor.
d) Grandes
investimentos em transporte marítimo; grandes reservas de petróleo; mão-de-obra
estrangeira em abundância; relações comerciais com o Brasil.
4. Quais os
dois tipos de transportes que foram fundamentais para a Revolução Industrial?
a) Transporte
aéreo (aviões e helicópteros) e transporte ferroviário (locomotivas a vapor).
b) Transporte
marítimo (através dos navios a vapor) e transporte veicular (automóveis e
caminhões).
c) Transporte
marítimo (através dos navios a vapor) e transporte ferroviário (locomotivas a
vapor).
d) Transporte
aéreo (aviões e helicópteros) e transporte animal (bois, cavalos, etc).
5. Qual das
alternativas abaixo aponta uma das principais invenções que foi fundamental
para a Revolução Industrial?
a)
Telefone
b)
Telégrafo
c) Calculadora
manual
d) Máquina a
vapor
6. Sobre a
condição de vida dos operários (trabalhadores das fábricas) na época da
Revolução Industrial é correto afirmar que:
a) Tinham
apenas férias remuneradas como direito trabalhista, podiam se organizar
livremente em sindicatos, recebiam salários justos que lhes permitiam viver de
forma digna.
b) Eles não
tinham direitos trabalhistas, trabalhavam muito e ganhavam pouco, o ambiente de
trabalho apresentava péssimas condições.
c) Trabalhavam
apenas 5 dias por semana, recebiam vários benefícios trabalhistas, tinham um
ambiente de trabalho em boas condições.
d) Recebiam
salários baixos, enfrentavam duras jornadas de trabalho, não apresentavam
problemas de saúde relacionados ao trabalho.
7. Um dos
principais movimentos trabalhistas contra as péssimas condições de trabalho na
Revolução Industrial ficou conhecido como Ludismo.
I - Os ludistas
buscavam negociar melhores condições de trabalho com os donos das indústrias.
II - Os
ludistas protestavam através de passeatas e outras manifestações pacíficas
contra as condições de trabalho dos operários.
III- Os ludistas buscavam, através das eleições,
eleger representantes do movimento para lutar pelas causas trabalhistas.
IV Também
conhecidos como "quebradores de máquinas", os ludistas invadiam
fábricas e quebravam as máquinas numa forma de protesto e revolta com relação
às péssimas condições de trabalho enfrentadas pelos operários.
- As alternativas corretas somam:
a) I, II e IV
b) I, III e IV
c) III e IV
d) II e III
8. O mundo do trabalho, entre 1760 e 1850,
passou por um conjunto de mudanças, tanto no campo econômico como no campo
social. As inovações tecnológicas tiveram grande importância nesse processo,
conhecido como Primeira Revolução Industrial.
I. A Primeira Revolução Industrial,
apesar de também ser conhecida como Revolução Industrial Inglesa, não ocorreu
apenas na Inglaterra. Na verdade, as principais inovações tecnológicas do
período ocorreram na França e na Alemanha.
II. A produção de tecidos de algodão que melhor
expressou os aspectos revolucionários da produção fabril.
III. As mudanças promovidas pela Primeira
Revolução Industrial ocorreram em vários âmbitos. Na esfera da produção, os
três setores mais atingidos foram: a mineração de carvão, a indústria têxtil e
a siderurgia.
Está(ão) correta(s) apenas:
a) II
b) II e III
c) III
d) I e III
9. Com a Revolução Industrial surgiram
duas novas classes sociais. Quais seriam essas duas classes:
a) Burguesia e Donos de manufatura
b) Burguesia e Operários
b) Burguesia e Operários
c) Burguesia e Escravos
d) Operários e Escravos
d) Operários e Escravos
10. Além de um lugar não próprio para se
trabalhar como ambiente sujo e sem ventilação adequada, o trabalhador tinha uma
jornada longa de trabalho. Essa jornada era de:
a) 10 a 18 horas
b) 14 a 18 horas
c) 18 a 20 horas
d) 6 a 8 horas
b) 14 a 18 horas
c) 18 a 20 horas
d) 6 a 8 horas
11. Explique qual motivo que levava os
patrões preferirem a mão de obra de mulheres e crianças.
12. Leia com atenção o texto e a tira a
seguir:
“Um
operário desenrola o arame, o outro o endireita, um terceiro corta, uma quarto
o afia nas pontas para a colocação de alfinetes requerem-se 3 ou 4 operários
diferentes.”
(SMTH, Adam. A riqueza das nações: investigação sobre a sua natureza e suas
causas. São Paulo: Nova Cultura, 1985)
A respeito do texto e do quadrinho são feitas as seguintes afirmações:
I. Ambos retratam a intensidade divisão do
trabalho, à qual são submetidos os trabalhadores.
II. O texto refere-se à produção
informatizada e o quadrinho, à produção artesanal.
III. Ambos contêm a ideia de que o produto
da atividade industrial não depende do conhecimento de todos o processo por
parte do trabalhador.
- Dentre essas afirmações, estão corretas:
a) I
b) III
c) I e II
d) I e III
- Leia atentamente os dois textos a seguir
e responda as questões 13, 14 e 15.
Texto 01
“O segredo do sucesso da fábrica, o motivo da sua
adoção, é que ela tirava dos operários e transferia aos capitalistas o controle
do processo de produção. Disciplinas e fiscalização podiam reduzir os custos,
na falta de uma tecnologia”.
(MARGLIN, Stephen.
Origem e função do parcelamento das tarefas. São Paulo: 1980 )
Texto 02
“Este considerável aumento de produção que, devido à
divisão do trabalho, o mesmo número de pessoas é capaz de realizar, é
resolutamente ao aumento da destreza de cada trabalhador; segundo, à economia
de tempo, que antes era perdido ao passar de um operário para outra; terceiro,
à invenção de um grande número de máquinas que facilitam o trabalho e reduzirem
o tempo indispensável, para realizar, permitindo a um só homem fazer o trabalho
de muitos”
(SMTH, Adam. A
riqueza das nações: investigação sobre a sua natureza e suas causas. São Paulo:
Nova Cultura, 1985)
13. De qual características do sistema de
fábricas os dois textos falam?
14. O que essa característica gerava para
produção de acordo com cada texto? Os autores a consideram positiva ou
negativa? Por quê?
15. Você acha que os dois textos dão a
essa importância ao uso de máquinas nas fábricas? Justifique.
16. Segundo seus conhecimentos, numere a 2ª coluna conforme a 1ª.
1
– MAQUINOFATURA
2
– MANUFATURA
3
– ARTESANATO
4
– FÁBRICA
5
– OFICINA
6
– MECANIZAÇÃO
|
( ) Tarefas que eram feitas geralmente pela
mesma pessoa. Forma mais simples de produção.
( ) As máquinas substituíram diversas
ferramentas e realizou o trabalho de várias pessoas.
( ) Reuniu trabalhadores em grandes oficinas
passando a oferecer-lhes a matéria-prima e uma remuneração pelo serviço
realizado. Caracterizado pela divisão do trabalho.
( ) A forma mais complexa de produção
industrial.
( ) Local onde o artesão trabalhava por sua
conta.
( ) Local onde se utilizava a MANUFATURA e a
MAQUINOFATURA
|
MULHERES BRASILEIRAS: REINVENTANDO A VIDA, A HISTÓRIA, A CULTURA
Até bem pouco tempo tínhamos que garimpar os rostos e as
biografias de mulheres exemplares. Conhecíamos tão pouco delas que vibrávamos
diariamente quando descobríamos suas faces ocultadas e esquecidas. Como foi
possível tamanha invisibilidade? Nossas identidades e subjetividades ficam
truncadas, com uma falta essencial que é a possibilidade de nossa rememoração e
identificação como grupo social. Já nos dizia, no final dos anos 1980, a
historiadora francesa Michelle Perrot que “no palco da memória, as mulheres são
sombras tênues”.
A luta pela igualdade de direitos, desde as nossas primeiras
feministas que despontaram na imprensa nos finais do século XIX, como Francisca
Senhorina da Motta Diniz, já nos dá uma ideia de que temos uma herança a zelar
e um impulso para descortinar muitas referências ainda pouco conhecidas. [...]
temos pintoras, escultoras, escritoras, atrizes, cientistas que foram rebeldes
e afirmaram-se como protagonistas.
A história das artes plásticas no Brasil tem forte marca da
criação das mulheres. Impressiona sua presença e sua originalidade na produção
que ganha fôlego a partir da Semana de Arte Moderna de 1922, se estendendo, em
vertentes inovadoras até o presente. Tarsila do Amaral é figura essencial do
grito de rebeldia da cultura e da arte brasileira do início do século XX. Um
movimento que para além do debate cultural buscou identificar nossos traços de comunidade,
a riqueza e multiplicidade das culturas perdidas em um Brasil que ainda se
conhecia pouco, mas que buscava dialogar com identidade própria com a cultura,
a sociedade, a política que agitava o mundo neste período.
Com uma história muito distinta, com opções estéticas
bastante diferentes, e longe dos salões da cultura e da sociedade paulistana e
carioca, nos meados do século, Djanira também pode ser rastreada nesta
construção de uma identidade de país, multicultural, em que a cor e o traço vão
compondo o cotidiano de um povo múltiplo em suas atividades diárias, no
trabalho, nas praças, nos bairros, em ritos religiosos. Sua infância na lavoura
e a juventude em trabalhos como vendedora ambulante provavelmente marcaram seu
interesse em viver o cotidiano do povo que a inspirava. Talvez não seja um
exagero pensar no quanto de Djanira existe em cada praça onde encontramos
exposta a produção do artesanato e da pintura tão presentes na expressão de
nossa cultura popular.
Ainda nas artes, exemplarmente na escultura, ligada ao
movimento surrealista, mas não exclusivamente, a escolha por Maria Martins,
cuja expressão ultrapassou as artes e a inseriu em atividades como escritora,
diplomata, cidadã do mundo, e expressiva figura de mulher que exprime de modo exemplar
sua singular “alma complexa”. Suas simbólicas esculturas com seres híbridos,
homem e mulher com aspecto de animais ancestrais, colocados frente a frente,
sugerem desejos profundos, agressividade e morte. A força do seu trabalho
aponta para a necessidade de romper com as dicotomias entre mulheres e homens,
tornando-a uma expressiva representante da luta das mulheres pela igualdade de
gênero, na atualidade.
Uma cultura também construída em confrontos para romper com
um passado de dominação, em que as mulheres são força permanente. É o que nos
remete à imagem do rosto forte, sulcado por linhas retas, que se tornou marca
da organização e da resistência das mulheres do mundo rural: Margarida Maria
Alves. Uma história e uma imagem imbricadas em um longo processo de organização
das trabalhadoras rurais, mulheres que carregam uma história de resistência, de
um protagonismo em suas comunidades frequentemente contido por relações
fortemente patriarcais e patrimonialistas. Expressando a dureza da luta pelo
direito à terra e condições de trabalho e produção, passou a simbolizar também
a persistência das mulheres no campo, que buscam construir sua identidade como
mulheres, como trabalhadoras. Assassinada nas disputas pela terra inspira a
Marcha das Margaridas, realizada desde 2006, ocupando a Esplanada dos
Ministérios em Brasília, para atualizar a pauta de lutas e dar visibilidade ao
cotidiano das mulheres do campo, que integra um processo amplo de organização
das mulheres no Brasil.
ROMPER LIMITES, TRAZER O NOVO
O protagonismo e a originalidade de duas criadoras
excepcionais se revelaram em um movimento importante de renovação da arte
brasileira dos anos 1950 e 1960. Lygia Pape é um nome indispensável dos
processos de reflexão e recriação dos parâmetros da arte no Brasil, quando a
absorção em nosso país das novas tendências da arte contemporânea gestaram as
expressões do Concretismo e Neoconcretismo. Renovação dos caminhos para se
pensar a expressão artística, em um país que se mobilizava por alcançar novos
padrões de desenvolvimento, cada vez mais urbano, nos anos do pós-guerra, foi
peça chave de uma influência que se estendeu em toda a produção cultural
posterior. A experiência transgressora de sua arte marcou o universo das artes
plásticas no Brasil.
Antes disto, a contribuição de Georgina de Albuquerque,
precursora da pintura impressionista no Brasil, primeira mulher a pintar a
temática histórica no país. Em 1922, ano de celebração do centenário da
Independência do Brasil, apresentou a pintura denominada ”Sessão do Conselho de
Estado”, tema próprio, à época, apenas para os homens. Foi a primeira diretora
da Escola Nacional de Belas Artes e fundou o Museu Lucílio de Albuquerque onde
instituiu cursos de pintura e desenhos para crianças. Mais uma mudança nos
costumes da época, demonstrando como mulheres brasileiras romperam barreiras e
interdições estabelecidas historicamente. Pensar a produção artística das
mulheres nos remete sempre aos movimentos de ruptura necessários em cada época,
indispensáveis em cada vida, inúmeras vezes angustiantes em cada destino
particular, para que pudessem romper os limites impostos às mulheres. Daí ser
desafiador pensar o quanto cada uma destas aqui representadas teceram rupturas
diárias para entrar em um mundo público que não lhes atribuía um lugar
tranquilo e muito menos cativo. Abrir as portas dos espaços públicos movia
estas pioneiras.
[...] no primeiro terço do século XX, Bertha Lutz
arregimentava argumentos, mobilizava apoios, questionava a persistência das
barreiras à participação das mulheres nas instituições políticas. Em vários
países as mulheres já tinham garantido o direito de voto, que por aqui
continuávamos sem. 19 Como grandes chaves da participação das mulheres no mundo
público a educação, o trabalho e o voto marcaram esta época. A cultura, a
escrita e a arte se apresentavam como brechas possíveis. O feminismo, abrindo
este caminho no final do século XIX e primeiras décadas do século XX, anunciava
que as mulheres almejavam educação e trabalho. Reivindicações que ecoavam no Brasil,
trazendo influências e debates que se espalhavam em distintos países. A
produção literária e jornalística se alimentava e repercutia as polêmicas sobre
o direito das mulheres ao estudo. Francisca Senhorinha da Motta Diniz faz desse
campo seu espaço de atuação. Entrar no mundo para além das paredes domésticas
exigia, com certeza, ousadia. O que grande parte das vezes significava destoar
dos padrões adequados às mulheres. Daí a irreverência de algumas, como Nair de
Teffé que, ainda que cercada por relações familiares tradicionais,
frequentemente se via socialmente censurada e tolhida. Aventurando-se por uma
área ainda hoje tipicamente ocupada por homens, foi a primeira caricaturista
brasileira.
Para além do universo das artes, desponta a figura tão singular
de Nise da Silveira. Estudante de medicina nos anos 1920, Nise foi a única
mulher em sua turma. Destacou-se por uma reflexão original e criativa dos
estudos psicológicos, vinculando a arte às necessidades de expressão dos seres
humanos aprisionados na esquizofrenia. Suas pesquisas e seu trabalho a tornaram
uma referência em todo o campo da psiquiatria e da saúde mental no Brasil, tema
tão atual e demandante de uma nova visão de humanidade e, por que não, de novos
paradigmas para as políticas públicas.
A expressão pela linguagem escrita nos aproxima de autoras
com trajetórias tão distintas, como Carolina Maria de Jesus e Clarice
Lispector. Carolina Maria de Jesus, filha de pais analfabetos, negra, foi
trabalhadora doméstica, viveu nas ruas e em favela, coletando materiais. Seu
livro Quarto de despejo ganhou mundo e trouxe inusitada celebridade e
conhecimento de um cotidiano muitas vezes retratado por quem não o vivia. Não
era o caso de Carolina. Aliás, pelas mãos de Clarice, também somos levados a
refletir sobre o cotidiano. Mas são outros meios, outra linguagem, outra
experiência de vida. São vários mundos refletidos em narrativas intimistas que
a tornam uma das mais aclamadas escritoras brasileiras. [...]
O que une estas
mulheres é um desejo incontido de vencer barreiras e construir seus canais de
expressão. Sobretudo temos mulheres que lutam, ontem e hoje. As que buscam
juntar, traçar rumos, definir seus destinos, deixar marcas e caminhos para um
mundo com mais igualdade. [...]
GODINHO, Tatau. Mulheres brasileiras: reinventando a vida, a
história, a cultura. In: Assis, Maria Elisabete Arruda de; Santos, Taís Valente
dos (Org.) Memória feminina: mulheres na história, história de mulheres.
Recife: Fundação Joaquim Nabuco, Editora Massangana, 2016https://www.museus.gov.br/wp-content/uploads/2017/03/Mem%C3%B3ria-femininamulheres-na-hist%C3%B3ria-hist%C3%B3ria-de-mulheres.pdf.
quinta-feira, 19 de março de 2020
REVOLUÇÃO RUSSA - 9º Ano
A Rússia é o maior país do mundo. No início do século XX, a Rússia era
uma das potências mais importantes do cenário internacional. Apesar de ter uma
posição privilegiada no concerto das nações da Europa daquela época, era um
país com muitos problemas internos, a começar pelo regime político, pois era
governada por poderosos czares. Era um dos últimos regimes absolutistas da
Europa. O czarismo controlava o país com autoritarismo. A família Romanov,
dinastia imperial russa se orgulhava de não perder uma guerra havia trezentos
anos.
Além desse governo absolutista dos czares, os
russos também sofriam com o poder da aristocracia rural, que detinha a maior
parte das terras, impunha um domínio bastante severo sobre os agricultores. 85%
da população russa era formada por camponeses, miseráveis em sua maioria. A
Rússia, portanto, tinha problemas políticos graves, um regime antiquado e uma
sociedade muito pobre. A economia russa estava baseada no campo. No início do
século XX, nascia uma pequena indústria, um surto industrial protagonizado pelo
capital belga e francês, especialmente. Os operários urbanos russos, embora
fossem minoria e vivessem nas cidades, não tinham melhores condições de vida
que os camponeses. A situação do operariado era muito grave. Em 1894 assumiu o
trono da Rússia o czar Nicolau II, a dinastia de Romanov festejava os seus
séculos de poderio. A população miserável era obrigada a assistir a uma
ostentação de riqueza completamente inadequada à situação econômica da Rússia.
Em 1905, a Rússia se envolveu em sérios problemas, na mesma época, os partidos
de oposição ao regime do czar estavam se fortalecendo. A burguesia liberal das
cidades queria espaço na política e formara um grupo denominado de Menchevique.
Do outro lado, os operários urbanos cada vez mais conscientes da sua falta de direitos
e da necessidade de reformas na relação entre patrões e empregados, muito
influenciados pelas ideias de Karl Marx, se juntaram para formar um grande partido chamado de Bolchevique.
Assim, o governo czarista sofreu oposição tanto dos Mencheviques quanto dos
Bolcheviques. À medida que a crise e a miséria se tornaram insustentáveis,
maior era a oposição, o que desestabilizava o regime, fazendo com que o czar
respondesse com violência. Muitos líderes bolcheviques foram mortos, outros
tantos eram enviados ao exílio, inclusive Lênin, exilado em Genebra, na Suíça.
No mesmo ano, Nicolau II decidiu entrar numa guerra com Japão, na disputa por
terras na região da Manchúria e da Coréia. A disputa imperialista foi um
desastre. A guerra começou em 1904 e, em 1905, a Rússia se tornou a primeira
potência europeia derrotada por um povo não-branco e não-cristão, representando
uma vergonha para o czar, que passou a se considerar o elo fraco da dinastia de
Romanov. A derrota surtiu efeitos devastadores na moral da sociedade russa.
Somada a isso, a miséria no campo se agravou e 200 mil trabalhadores, liderados
por padres da Igreja Ortodoxa, decidiram se manifestar. Num domingo de inverno,
marcharam em direção ao Palácio para entregar um manifesto clamando a
misericórdia do imperador, melhores condições de trabalho e redução da jornada
de 8 horas de trabalho. Acabaram assustando as tropas de Nicolau II que abriu
fogo contra a multidão, matando milhares de manifestantes. Este episódio ficou
conhecido como Domingo Sangrento e foi uma mancha no reinado de Nicolau II.
Além das críticas ao czar pelo massacre, marinheiros se rebelaram contra
oficiais e contra o regime, tomando o comando do encouraçado russo Poterkin. Na
tentativa de conter as críticas, o imperador decidiu criar a Duma, um
Parlamento russo que prometia reformas liberais, acabar com o absolutismo e
eleições. Assim que as manifestações cessaram, o czar esqueceu de suas
promessas. O ano de 1905 é considerado o ensaio da Revolução Russa, o regime do
czar quase desabou nesse ano. Com o passar do tempo, a Rússia continuava
miserável, o governo do czar cada vez mais autoritário. Em 1914, o czar teve a
oportunidade de acabar com a péssima imagem que ele tinha adquirido ao ser derrotado
pelos japoneses em 1905 - com a eclosão da Primeira Guerra Mundial, mergulhou a
Rússia de cabeça no conflito. Mobilizou 15 milhões de soldados para a Grande
Guerra. A maior mobilização da História até então. Os russos atacaram o Império
Austro-Húngaro e as fronteiras da Alemanha, mas na verdade não tinham estrutura
para a guerra. Chegaram a ir para o front com apenas uma bala, ao que os
alemães faziam piada, diziam “ há mais russos na Guerra do que balas”. Os
russos passaram a guerra, praticamente correndo de um lado para o outro, se
escondendo, pois não havia efetividade da ação militar russa. Embora fossem
milhões, estavam despreparados para a guerra. Enquanto isso, os gastos com a
manutenção das tropas na guerra, levava o país ao colapso econômico. Em 1916, a
crise na Rússia atingiu o seu ápice. No inverno daquele ano, o imperador tomou
a decisão de sair da Rússia e comandar as tropas pessoalmente. Isso elevou a
moral do exército em batalha, mas a crise interna do país levou 30 milhões de
camponeses a abandonarem os campos rumo às cidades em busca de comida num
inverno rigoroso que atingia 40º negativos. A Igreja Ortodoxa chegou a fechar
as portas de suas paróquias para que a população faminta não invadisse as
igrejas para comer as velas. Neste contexto, ocorriam greves de operários
urbanos, ao mesmo tempo que a czarina Alexandra comandava o país na ausência do
czar. Apesar de ser leal à Rússia e ao marido, Alexandra sofreu a desconfiança
dos russos por ser irmã do kaiser Guilherme II da Alemanha, contra o qual a
Rússia estava lutando. Diante de todos esses problemas, a Rússia entrou em
colapso no início do ano de 1917.
Em fevereiro de 1917, a czarina Alexandra
foi afastada do trono e Nicolau II foi deposto, ocorrendo a 1ª Revolução Russa:
a Menchevique. Quem passou a comandar o país foi um jovem deputado burguês
liberal, Kerensky, que tomou medidas importantes como reduzir a jornada de
trabalho para dez horas, mas suas medidas não foram suficientes para o que a
Rússia precisava naquele momento, como tirar as tropas da guerra. Kerensky
tinha medo de romper com os compromissos que assumira com seus aliados
ocidentais, a Inglaterra e a França. Em outubro, ocorreu a Revolução
Bolchevique. Lênin, que estava exilado em Genebra, assinou um acordo com os
alemães, o Tratado de Brest-Litovsky. Por esse tratado, a Alemanha ajudaria
Lênin a voltar para a Rússia em segurança pela Finlândia e ele se comprometia a
tomar o poder na Rússia e a retirar as tropas da guerra, beneficiando os
alemães. Lênin toma o poder, os bolcheviques assumem o comando do país, quando
Lênin declara que “todo poder está nas mãos dos líderes dos sindicatos, ou
seja, dos sovietes”. Assim, Lênin ordenou o fuzilamento da família imperial
russa. Com isso, Lênin cumpriu o acordo com os alemães e retirou a Rússia da guerra.
Em seguida, Lênin começou a implantar o comunismo no país. A primeira forma de comunismo adotada por
Lênin foi o comunismo de guerra pois, ao tomar o poder, a velha aristocracia
russa (Mencheviques) se revoltou e organizou tropas para atacar o governo. No
embate, surgiram dois poderosos exércitos: o Branco, formado por aristocratas
depostos do poder e o Vermelho comunista, de Lênin. Esse comunismo de guerra
foi de emergência, onde Lênin tomou medidas drásticas como o confisco de toda
produção agrícola, a equalização dos salários, o confisco das indústrias
estrangeiras e a estatização de todas as
indústrias da Rússia. Também estabeleceu os sábados comunistas, onde os
trabalhadores trabalhavam gratuitamente pelo regime e a União das Repúblicas
Socialistas Soviéticas (URSS).
Depois da guerra civil, em 1921, com a
vitória do exército Vermelho, dos Bolcheviques, Lênin estabeleceu a Nova
Política Econômica (NEP), implantada com a intenção de recuperar o país,
permitindo a exploração privada da propriedade de terras, acabou com o confisco
da produção agrícola, estabeleceu a liberdade de comércio interno e de produção
industrial e planificou a economia. Com a morte de Lênin, em 1924, a Rússia
viveu uma disputa pelo poder entre os dois grandes líderes da Revolução Russa:
Stálin e Trótsky - este desejava espalhar o comunismo pelo mundo para garantir
a manutenção da Rússia comunista. O líder do partido comunista, Stálin, que
controlava o poder politico, policial, os mecanismos de inteligência e toda a burocracia do país acabou vencendo e
exilando Trótsky no México. O rival acabou sendo assassinado por ordem de
Stálin que iniciou a Era Stalinista, uma ditadura totalitarista de esquerda,
extremamente sangrenta e autoritária.
(Professora
Historiadora Márcia Luciana Mendes)
Analise
o texto e as informações da apostila para responder:
1-
A
Revolução Russa de 1917 significou a formação do primeiro Estado Socialista do
mundo, provocando uma ruptura no sistema capitalista mundial e influenciando os
movimentos revolucionários no pós¬- guerra e a divisão do mundo em Socialismo e
Capitalismo, com os consequentes conflitos de interesses. * Cite duas condições
existentes na Rússia czarista que contribuíram para a eclosão da Revolução de
1917.
2-
Em
1917, liderados por Lênin, os bolcheviques ganharam popularidade com as
"Teses de Abril", enunciadas no lema "Paz, Pão e Terra". *
Relacione este lema às necessidades do povo russo.
3-
O
que foi a “Nova Política Econômica” – NEP – criada por Lênin, em 1921, para
enfrentar as dificuldades econômicas pós-¬revolução?
quinta-feira, 12 de março de 2020
Leitura e escrita são tarefas da escola e não só do professor de português
A tarefa de ensinar a ler e a escrever um texto de história é do professor de história e não do professor de português. A tarefa de ensinar a ler e a escrever um texto de ciências é do professor de ciências e não do professor de português. A tarefa de ensinar a ler e a escrever um texto de matemática é do professor de matemática e não do professor de português. A tarefa de ensinar a ler e a escrever um texto de geografia é do professor de geografia e não do professor de português. A tarefa de ensinar a ler e a escrever um texto de educação física é do professor de educação física e não do professor de português. A tarefa do professor de português é ensinar a ler a literatura brasileira.
Ler e escrever são tarefas da escola, questões para todas as áreas, uma vez que são habilidades indispensáveis para formação de um estudante, que é responsabilidade da escola. Ensinar é dar condições ao aluno para que ele se aproprie do conhecimento historicamente construindo e se insira nessa construção como produto de conhecimento. Ensinar é ensinar a ler para que o aluno se torne capaz dessa apropriação, pois o conhecimento acumulado está escrito em livros, revistas, jornais, relatórios, arquivos. Ensinar é ensinar a escrever porque a reflexão sobre a produção de conhecimento se expressa por escrito. [...]
E só tem um meio: nós, professores de todas as áreas, em vez de nos limitarmos a choramingar que nossos alunos não têm o hábito da leitura, devemos nos dedicar a proporcionar muitas e muitas oportunidades para que todos descubram que ler é uma atividade muito interessante, que a leitura nos proporciona prazer, diversão, conhecimento, liberdade, uma vida melhor, enfim. E essas oportunidades terão de ser tantas quantas forem necessárias para que o aluno passe a gostar de ler e, por isso, contraia a necessidade de leitura e que esta vire hábito.
Oportunidade de ler o quê? Tudo, pois o único lugar onde a televisão ainda pode ser desligada é na escola. A sala de aula é o único lugar onde crianças podem ser colocadas quietas nos seus cantos com um livro na mão para aprender que ler é um diálogo solitário com um texto que se vai desvelando ao seu olhar. E para a grande maioria de nossas crianças a escola é o único lugar onde há livros – e não só as da classe popular, onde não sobra dinheiro para comprar livros, mas também classe média, onde o dinheiro que sobra não costuma comprar livros. Ler tudo, desde as banalidades que possam parecer divertidas até as coisas que o professor julga que devem ser lidas para o desenvolvimento pessoal do aluno como pessoa sensível, civilizada, culta, como cidadão, para o estabelecimento de seu senso estético, de sua solidariedade humana, do seu conhecimento.
Isso é tarefa do professor de português? É. É tarefa do professor de história, de geografia, de ciências, de artes, de educação física, de matemática....
É. É tarefa da escola: a escola – os professores reunidos na mais básica das atividades interdisciplinares [...].
NEVES, Iara Conceição Bitencourt. Ler e escrever compromisso de todas as áreas. Editora UFRGS: Porto Alegre, 2011. p. 19-21
Ler e escrever são tarefas da escola, questões para todas as áreas, uma vez que são habilidades indispensáveis para formação de um estudante, que é responsabilidade da escola. Ensinar é dar condições ao aluno para que ele se aproprie do conhecimento historicamente construindo e se insira nessa construção como produto de conhecimento. Ensinar é ensinar a ler para que o aluno se torne capaz dessa apropriação, pois o conhecimento acumulado está escrito em livros, revistas, jornais, relatórios, arquivos. Ensinar é ensinar a escrever porque a reflexão sobre a produção de conhecimento se expressa por escrito. [...]
E só tem um meio: nós, professores de todas as áreas, em vez de nos limitarmos a choramingar que nossos alunos não têm o hábito da leitura, devemos nos dedicar a proporcionar muitas e muitas oportunidades para que todos descubram que ler é uma atividade muito interessante, que a leitura nos proporciona prazer, diversão, conhecimento, liberdade, uma vida melhor, enfim. E essas oportunidades terão de ser tantas quantas forem necessárias para que o aluno passe a gostar de ler e, por isso, contraia a necessidade de leitura e que esta vire hábito.
Oportunidade de ler o quê? Tudo, pois o único lugar onde a televisão ainda pode ser desligada é na escola. A sala de aula é o único lugar onde crianças podem ser colocadas quietas nos seus cantos com um livro na mão para aprender que ler é um diálogo solitário com um texto que se vai desvelando ao seu olhar. E para a grande maioria de nossas crianças a escola é o único lugar onde há livros – e não só as da classe popular, onde não sobra dinheiro para comprar livros, mas também classe média, onde o dinheiro que sobra não costuma comprar livros. Ler tudo, desde as banalidades que possam parecer divertidas até as coisas que o professor julga que devem ser lidas para o desenvolvimento pessoal do aluno como pessoa sensível, civilizada, culta, como cidadão, para o estabelecimento de seu senso estético, de sua solidariedade humana, do seu conhecimento.
Isso é tarefa do professor de português? É. É tarefa do professor de história, de geografia, de ciências, de artes, de educação física, de matemática....
É. É tarefa da escola: a escola – os professores reunidos na mais básica das atividades interdisciplinares [...].
NEVES, Iara Conceição Bitencourt. Ler e escrever compromisso de todas as áreas. Editora UFRGS: Porto Alegre, 2011. p. 19-21
quarta-feira, 11 de março de 2020
Direitos sociais no Brasil
O texto a seguir é de Tânia Regina de Luca, doutora em História pela Universidade de São Paulo.
Direitos sociais no Brasil
A orientação neoliberal, voltada para o mercado, segundo o jargão dominante, prevê a diminuição do papel ativo do Estado em todos os setores. Nesse contexto, não faltaram ataques à legislação social e trabalhista, à qual se imputava parte da responsabilidade do “custo Brasil”, formuladas não apenas por empresários ou analistas de instituições financeiras internacionais, mas por dirigentes de sindicatos e centrais de trabalhadores.
Comentando a tendência das empresas transnacionais de transferirem parte do processo produtivo para áreas que ofereçam maiores oportunidades de ganho, o economista Marcio Pochmann alertou que:
Os países periféricos e semiperiféricos, no intuito de oferecer condições mais satisfatórias à atração das corporações transnacionais, aceitam, em grande parte das vezes, o programa de agências multinacionais como o FMI e BIRD, que termina provocando rebaixamento ainda maior do custo de trabalho (usando recurso público para qualificar mão-de-obra, criar contratos de trabalho especiais, ampliar a jornada de trabalho, entre outros) e a desregulamentação dos mercados de trabalho. Além de provocar a piora na distribuição de renda, não há garantias de que não possa existir um novo deslocamento do processo produtivo para outra localidade (...). Nesse cenário de aprofundamento da globalização, dificilmente pode-se pensar em pior situação para os empregos dos brasileiros.
Porém, a maior de todas ameaças parece provir da naturalização das necessidades e imposições do mercado. Contra elas, alerta o consenso, é inútil
lutar ou se opor. A socióloga Vera da Silva Telles sugere que se tome a direção oposta, alertando que é preciso perscrutar as circunstâncias que produzem o “silêncio e a invisibilização de alternativas possíveis”, pois o que está em jogo é a “demissão do pensamento, para não dizer da ação, por conta de uma espécie de aprisionamento no próprio presente, sem abertura para um campo de possíveis”. Ela assinalou ser:
Quase impossível deixar de notar que, em terras brasileiras, o assim chamado neoliberalismo consegue a façanha de conferir título de modernidade ao que há de mais atrasado na sociedade brasileira, um privatismo selvagem e predatório, que faz do interesse privado a medida de todas as coisas, que recusa a alteridade e obstrui, por isso mesmo, a dimensão ética da vida social. Se a pobreza brasileira é e sempre foi espantosa, e só vem aumentando sob efeito conjugado da recessão econômica, reestruturação produtiva e desmantelamento dos desde sempre precários serviços públicos, o que impressiona é o modo como é figurada – como problema que não diz respeito aos parâmetros que regem a vida em sociedade, e não coloca em questão as regras da eqüidade e justiça nas relações sociais.
Que não se abdique, portanto, da formulação de possibilidades alternativas, da proposição do ainda impensado.
PINSKY, Jaime ; PINSKY, Bassanezi Carla. História e cidadania. São Paulo. Editora: Contexto, 2003. p.489-490.
Direitos sociais no Brasil
A orientação neoliberal, voltada para o mercado, segundo o jargão dominante, prevê a diminuição do papel ativo do Estado em todos os setores. Nesse contexto, não faltaram ataques à legislação social e trabalhista, à qual se imputava parte da responsabilidade do “custo Brasil”, formuladas não apenas por empresários ou analistas de instituições financeiras internacionais, mas por dirigentes de sindicatos e centrais de trabalhadores.
Comentando a tendência das empresas transnacionais de transferirem parte do processo produtivo para áreas que ofereçam maiores oportunidades de ganho, o economista Marcio Pochmann alertou que:
Os países periféricos e semiperiféricos, no intuito de oferecer condições mais satisfatórias à atração das corporações transnacionais, aceitam, em grande parte das vezes, o programa de agências multinacionais como o FMI e BIRD, que termina provocando rebaixamento ainda maior do custo de trabalho (usando recurso público para qualificar mão-de-obra, criar contratos de trabalho especiais, ampliar a jornada de trabalho, entre outros) e a desregulamentação dos mercados de trabalho. Além de provocar a piora na distribuição de renda, não há garantias de que não possa existir um novo deslocamento do processo produtivo para outra localidade (...). Nesse cenário de aprofundamento da globalização, dificilmente pode-se pensar em pior situação para os empregos dos brasileiros.
Porém, a maior de todas ameaças parece provir da naturalização das necessidades e imposições do mercado. Contra elas, alerta o consenso, é inútil
lutar ou se opor. A socióloga Vera da Silva Telles sugere que se tome a direção oposta, alertando que é preciso perscrutar as circunstâncias que produzem o “silêncio e a invisibilização de alternativas possíveis”, pois o que está em jogo é a “demissão do pensamento, para não dizer da ação, por conta de uma espécie de aprisionamento no próprio presente, sem abertura para um campo de possíveis”. Ela assinalou ser:
Quase impossível deixar de notar que, em terras brasileiras, o assim chamado neoliberalismo consegue a façanha de conferir título de modernidade ao que há de mais atrasado na sociedade brasileira, um privatismo selvagem e predatório, que faz do interesse privado a medida de todas as coisas, que recusa a alteridade e obstrui, por isso mesmo, a dimensão ética da vida social. Se a pobreza brasileira é e sempre foi espantosa, e só vem aumentando sob efeito conjugado da recessão econômica, reestruturação produtiva e desmantelamento dos desde sempre precários serviços públicos, o que impressiona é o modo como é figurada – como problema que não diz respeito aos parâmetros que regem a vida em sociedade, e não coloca em questão as regras da eqüidade e justiça nas relações sociais.
Que não se abdique, portanto, da formulação de possibilidades alternativas, da proposição do ainda impensado.
PINSKY, Jaime ; PINSKY, Bassanezi Carla. História e cidadania. São Paulo. Editora: Contexto, 2003. p.489-490.
ERA VARGAS (1930-1945)
1. Como foi um período longo, dividimos a Era Vargas em 3
períodos:
governo provisório (1930-34)
governo constitucional (1934-37)
governo ditatorial – Estado Novo (1937-45)
2. VISÃO GERAL
Brasil sofreu grandes mudanças políticas, econômicas e
sociais
Influência da personalidade forte e carismática de Getúlio
que inovou na arte da política e da condução das massas, através do populismo.
Soube como ninguém canalizar em proveito próprio as divergências
entre as diversas forças sociais que venceram a Revolução de 1930
Retornou “nos braços do povo” para mais um mandato.(ELEITO)
Eis algumas das mudanças ocorridas durante seu governo:
Urbanização e crescimento das cidades superando o número de
habitantes no campo;
ampliação do setor industrial e consolidação de uma política
industrial nacionalista;
substituição das oligarquias rurais pelos setores urbanos
industriais na condução política do país;
crescimento da classe média e do operariado juntamente com a
luta por maior participação política e reivindicações sociais.
Política Trabalhista:
O desenvolvimento de cidades como São Paulo e Rio de Janeiro
atraiu um grande número de trabalhadores rurais que imigravam, principalmente
do Nordeste para a região Sul-Sudeste. Fugiam de problemas crônicos como a
seca, a fome e a miséria, transformando-se numa grande quantidade de
mão-de-obra disponível para as indústrias nascentes.
Juntamente com o crescimento do operariado brasileiro cresce
a luta por melhores condições de vida e de trabalho, despertando uma
consciência de classe por parte dos trabalhadores. Esse desejo de ampliar a
participação política dos trabalhadores levou Getúlio a criar uma política,
inspirada na Carta del Lavoro do fascismo italiano, que ao mesmo tempo lhe
garantisse a simpatia da classe trabalhadora e permitisse a manipulação e
monitoramento de suas atitudes através do controle dos sindicatos.
As conquistas
trabalhistas do período devem ser entendidas como fruto da luta dos
trabalhadores através dos inúmeros enfrentamentos com a polícia e seguidas
greves. Porém, confundia-se nesse momento com a própria figura carismática do
presidente da república, inclusive identificando-o com os trabalhadores e não
com as classes que o mantinham no poder. Esse jogo populista apresentava
Getúlio como o “pai dos pobres” “protetor dos trabalhadores” e escondia sua
verdadeira intenção de manipulação.
A Constituição
de 1934 trazia duas grandes inovações: a mudança na legislação eleitoral (voto
secreto, a representação classista, o voto das mulheres e a criação de uma
Justiça Eleitoral) e as leis trabalhistas. Essas leis pouco funcionavam na
prática por falta de fiscalização do próprio governo e atingiam um número ainda
reduzido de trabalhadores. Mas, sem dúvida, foi um avanço na relação entre o
Estado e as massas. Foi criado o Ministério do Trabalho, da Indústria e
Comércio e criou-se a regulamentação dos salários, da jornada de trabalho, dos
sindicatos e dos direitos básicos:
a) criação dos salários mínimos regionais;
b) férias remuneradas;
c) jornada diária máxima de 8 horas;
d) proteção ao trabalho da mulher e da criança;
e) descanso semanal remunerado;
f) indenização em demissões sem justa causa;
Em 1943 as leis
trabalhistas criadas no governo Vargas foram reunidas e codificadas na chamada
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), marcando a história da legislação
trabalhista no Brasil.
Industrialização:
Durante o
governo Vargas a política industrial cresceu como nunca. O fator externo que
mais colaborou para isso foi a Segunda Guerra Mundial (1939-45). Foi o período
de desorganização do comércio mundial, acarretando dificuldades ao Brasil para
a importação de produtos e estimulando uma produção interna de substituição. As
industrias diversificaram suas atividades, estimuladas pelo governo do Estado
Novo, para suprir as necessidades do mercado interno. O governo interveio na
economia e apoiou os empresários, através de investimentos na indústria de base
e na infra-estrutura necessária. Nacionalizou a exploração das riquezas
minerais e da siderurgia (indústria de base). De 1933 a 1939 a produção
industrial brasileira cresceu em média 11% ao ano e dos quase 50.000
estabelecimentos fabris que havia em 1940 aproximadamente 35.000 foram
instalados na década de 30.
Fatores que
contribuíram para essa situação:
a) desvalorização cambial e esgotamento das
reservas monetários com a conseqüente redução das importações;
b) investimento na indústria de grupos ligados aos
setores de exportação;
c) investimentos estatais em ferrovias, navegação,
serviços públicos, siderurgia, energia elétrica e petróleo, através de uma
política nacionalista e protecionista;
d) disponibilidade de mão-de-obra.
Foram criados
nessa época o Conselho Nacional do Petróleo, a Usina Siderúrgica de Volta
Redonda, a Companhia Vale do Rio Doce, a Companhia Nacional de Álcalis, a
Fábrica Nacional de Motores e a Companhia Hidrelétrica do São Francisco. Porém
o avanço industrial ainda estava preso à dependência tecnológica e implicava na
realização de empréstimos externos e alargamento da dependência em relação aos
EUA.
segunda-feira, 9 de março de 2020
Olimpíadas Municipais de Ciências Humanas
Em 2016, quando eu estava a frente da Coordenação das Disciplinas de Ciências Humanas, na cidade de São Benedito, tive o prazer de criar as Olimpíadas Municipais de Ciências Humanas. observando meus arquivos, encontrei as provas daquele ano, que foi a primeira edição, e resolvi compartilhar com vocês. Em 2020 será a quinta edição das Olimpíadas, agora sobre a Coordenação de outra colega, ao qual faz um trabalho magnífico.
Nível 1 (6º e 7º anos)
Nível 2 (8º e 9º anos)
Nível 1 (6º e 7º anos)
Nível 2 (8º e 9º anos)
Assinar:
Postagens (Atom)