Para começo de Conversa, você trabalha? Que sentido tem o trabalho em sua vida? Você conhece todas as formas de trabalho?
O que é trabalho?
Todo trabalho é uma
atividade mental ou física, que produz bens ou serviços, trabalho está
associado à transformação da natureza em produtos ou serviços, é a atividade
desenvolvida pelos homens sob determinadas formas para produzir riqueza.
Podemos assim, afirmar que o trabalho é uma atividade produtiva, ou seja, todo
trabalho tem um valor em si, o conceito de trabalho e o valor que se dá a ele
dependem da época, do local e de quem o controla. Por isso, vamos fazer um
breve resgate sobre o trabalho nas sociedades humanas na Antiguidade clássica,
na África e no mundo Medieval.
O Trabalho na Pré-História (+ - 3 milhões de anos
atrás a 3.500 a. C)
Vimos que a Pré-História foi um longo período em que a humanidade se
desenvolveu no domínio do homem sobre a natureza, através do trabalho a
humanidade conseguiu superar todas as adversidades do planeta, como animais
ferozes, glaciações, busca pelo alimento. Para isso o homem dominou aos poucos
novas técnicas, como o domínio do fogo, dos instrumentos feitos de pedra aos de
metais. Com o tempo passaram a ter moradia fixa em um lugar (sedentarização)
deixando de serem coletores e caçadores.
O aprimoramento das técnicas do trabalho possibilitou a revolução
agrícola. Com o cultivo da agricultura deu-se a formação das primeiras cidades,
diversificações das técnicas de criação de objetos e ferramentas de cerâmicas,
cobre, bronze, ferro etc. Denomina-se trabalho, nas comunidades tribais, as
relações de trabalho estabelecidas nas formações primitivas, que era o trabalho
como forma de subsistência, sobrevivência coletiva (coleta, caça, fabricação de
instrumentos) organização social pouco definida e com progressiva divisão do
trabalho entre homens e mulheres e depois entre homens e homens.
Trabalho na Antiguidade
Clássica: Modo de Produção Asiático (+ - 3.500 a.C séc. 5 d. C)
O modo de produção asiático é uma hipótese teórica destinada a
compreender o processo de passagem das sociedades sem classes para as
sociedades de classes. Com o aprimoramento das técnicas de trabalho para o
domínio e transformação da natureza a humanidade desenvolveu, neste período,
grandes civilizações hidráulicas (rios) Índia, China, Egito, Hebreus,
Cretenses, Etruscos, Fenícios, Gregos e Romanos. As relações de trabalho destas
sociedades se basearam no modo de produção asiático, com base no trabalho
escravo (escravagismo) e emprego de técnicas para domínio de outras
civilizações/povos/culturas. De maneira geral, as atividades organizadas com
especialização do trabalho na produção de mercadorias, definições de
funções/profissões eram: reis, soldados artesãos, sacerdotes, camponeses e
escravos. Deste modo, havia uma organização social fruto destas relações de
trabalho, estabelecidas a partir do aprimoramento de novas técnicas,
diversificação das atividades produtivas como: agricultura, artesanato,
comércio, o que levou ao surgimento da propriedade privada da terra em caráter
de privilégio de classe, separando homens entre proprietários e não
proprietários. O resultado da disputa pelo controle dos meios de produção
disponíveis foi a divisão da sociedade em
classes, investimento no domínio de uma sociedade sobre a outra (conquistas
político-militar).
Nestas sociedades que se caracterizam pelo desenvolvimento do modo de
produção asiático, antes do aprimoramento das técnicas agrícolas para ampliarem
a produção de alimentos excedentes, os grupos humanos guerreavam entre si, mas
não havia prisioneiros, porque não tinham como alimentá-los. Com o aumento de
alimentos, tornou mais útil aos “vencedores” nas sociedades antigas escravizar
o inimigo capturado do que matá-lo. O
homem havia aprendido a domesticar os animais, e pensou que podia fazer o mesmo
com seus semelhantes.
A Escravidão Não Foi Só Africana...
Cada sociedade escravista na antiguidade entendia a escravidão segundo
seu ponto de vista. Foram diferentes as relações do escravismo na mesopotâmia,
Egito, Roma etc. No Egito antigo, nas demais regiões da África Negra e nos
impérios orientais africanos houve, principalmente, a escravidão doméstica. Na
história da África houve três tipos de escravidão: a tradicional (fase normal
do desenvolvimento histórico do continente africano); a que foi feita pelos
árabes na expansão do islã (séc. 7) e a praticada pelos europeus (séc.
15).
Na Grécia e Roma, a mão de obra escrava também sustentava a economia.
Os escravos produziam artesanato, tarefas domésticas, nas minas, na agricultura
e navegação. Os povos antigos tinham os costumes de tornar escrava parte da
população derrotada nas guerras, escravos por dívidas não pagas a credor ou
crimes. Na Grécia antiga havia vários níveis e sistemas de escravidão nas
cidades-estados, desde os mais opressivos como em Esparta. Em Roma o ato de
conquistar e escravizar povos conquistados foi um dos motores para a ascensão
do império, mas também foi uma das causas da derrocada de Roma no séc. 5 d.C.,
administrar uma população de 25% a 34% na condição de escrava não foi fácil, e
ainda conter, junto a outros problemas, as invasões bárbaras.
Vale ressaltar que o escravismo na antiguidade foi uma invenção do
mundo greco-romano, a principal característica do trabalho escravo nas diversas
sociedades era a institucionalização deste
trabalho, socialmente aceito como
parte da moral e dos costumes das diversas civilizações do Oriente e do
Ocidente. Exemplo disto, os gregos consideravam que os cidadãos e homens livres
deveriam se dedicar à filosofia, à política, enquanto o trabalho, visto como
uma atividade inferior, era relegado aos escravos (não cidadãos). Em Roma os
trabalhadores livres (plebeus) eram a maioria da população e exerciam funções
como artesãos, comerciantes, pequenos proprietários etc., não tinham direitos
políticos. A escravidão na antiguidade não tinha distinção de sexo, cor da
pele, idade, riqueza, instrução, pois se tornava escravo por várias razões,
sobretudo: dívidas, prisioneiros de guerras e prática de crimes, diferente da
escravização dos africanos pelos europeus na época moderna (séc. 15 ao 19).
Trabalho no mundo medieval: do escravismo ao
servilismo
A passagem do escravismo ao servilismo é marcada por
profundas transformações ocorridas na Europa ocidental, de domínio romano, para
a sociedade feudal. Com o fim das conquistas territoriais, diminuiu o número de
escravos, provocando uma queda na produção agrícola. As invasões dos povos
bárbaros acirraram sobre o território romano, culminando na desagregação do
império e na ruralização da economia. Devido às invasões e a inseguranças,
houve a migração das cidades para o campo, para a unidade dos feudos, no qual
os donos das terras (senhores feudais) passaram a arrendar suas propriedades
para os colonos, escravos libertos, patrícios pobres, que trabalhariam a terr
a e, em troca, pagariam tributos pelo uso e cultivo da terra.
Surge com o tempo, no mundo medieval, uma nova relação de trabalho denominada servidão, e o sistema social-econômico denominado feudalismo. Gradativamente o trabalho escravo, a partir do séc. 4 e 5, é substituído pelo trabalho servil. O servo estava preso à terra, e às necessidades do feudo e obrigações para com o senhor feudal. Os filhos e descendentes dos servos também estavam presos às obrigações servis. Embora devido à falta de liberdade e obrigações que os servos deviam para com o senhor feudal (dono das terras) é errado confundir trabalho escravo e servil. O escravo era um objeto, uma mercadoria de seu senhor, já os servos eram explorados, porém tinham direitos ao próprio corpo e humanidade, não eram considerados uma simples mercadoria, mas sim parte integrante do sistema feudal (os que cultivavam a terra), segundo a vontade de Deus. Esta forma de trabalho na Europa durou até o século 15, com o surgimento das relações pré-capitalistas de trabalho baseado no comércio. Mas isto será outra história!
Desafios - História
1)
Após leitura
do texto sobre as formas de trabalho desenvolvidas nos diferentes tempos e
espaços, em diferentes sociedades/civilizações, preencha a ficha com
informações sobre as relações de trabalho e organização social-cultural
desenvolvidos em cada período:
Período |
Relações de Trabalho |
Organização
social/cultural |
Pré-história |
|
|
Antiguidade |
|
|
Idade média |
|
|
2)
Diferencie,
com base em argumentos do texto, as formas de trabalho escravo, servil e livre
nas sociedades antigas. Em sua opinião, qual forma era mais injustiçada?
3) Qual o tipo de trabalho mais utilizado na Idade
Antiga?
4) Na
antiguidade, como as pessoas se tornavam escravas?
5) Por que é errado confundir o trabalho escravo com o
trabalho obrigatório dos servos?
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