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quinta-feira, 25 de março de 2021

TRABALHO EM DIFERENTES TEMPOS E ESPAÇOS

 Para começo de Conversa, você trabalha? Que sentido tem o trabalho em sua vida? Você conhece todas as formas de trabalho? 

 O que é trabalho?                             

Todo trabalho é uma atividade mental ou física, que produz bens ou serviços, trabalho está associado à transformação da natureza em produtos ou serviços, é a atividade desenvolvida pelos homens sob determinadas formas para produzir riqueza. Podemos assim, afirmar que o trabalho é uma atividade produtiva, ou seja, todo trabalho tem um valor em si, o conceito de trabalho e o valor que se dá a ele dependem da época, do local e de quem o controla. Por isso, vamos fazer um breve resgate sobre o trabalho nas sociedades humanas na Antiguidade clássica, na África e no mundo Medieval.

O Trabalho na Pré-História (+ - 3 milhões de anos atrás a 3.500 a. C)

Vimos que a Pré-História foi um longo período em que a humanidade se desenvolveu no domínio do homem sobre a natureza, através do trabalho a humanidade conseguiu superar todas as adversidades do planeta, como animais ferozes, glaciações, busca pelo alimento. Para isso o homem dominou aos poucos novas técnicas, como o domínio do fogo, dos instrumentos feitos de pedra aos de metais. Com o tempo passaram a ter moradia fixa em um lugar (sedentarização) deixando de serem coletores e caçadores. 

O aprimoramento das técnicas do trabalho possibilitou a revolução agrícola. Com o cultivo da agricultura deu-se a formação das primeiras cidades, diversificações das técnicas de criação de objetos e ferramentas de cerâmicas, cobre, bronze, ferro etc. Denomina-se trabalho, nas comunidades tribais, as relações de trabalho estabelecidas nas formações primitivas, que era o trabalho como forma de subsistência, sobrevivência coletiva (coleta, caça, fabricação de instrumentos) organização social pouco definida e com progressiva divisão do trabalho entre homens e mulheres e depois entre homens e homens. 


Trabalho na Antiguidade Clássica: Modo de Produção Asiático (+ - 3.500 a.C séc. 5 d. C)

O modo de produção asiático é uma hipótese teórica destinada a compreender o processo de passagem das sociedades sem classes para as sociedades de classes. Com o aprimoramento das técnicas de trabalho para o domínio e transformação da natureza a humanidade desenvolveu, neste período, grandes civilizações hidráulicas (rios) Índia, China, Egito, Hebreus, Cretenses, Etruscos, Fenícios, Gregos e Romanos. As relações de trabalho destas sociedades se basearam no modo de produção asiático, com base no trabalho escravo (escravagismo) e emprego de técnicas para domínio de outras civilizações/povos/culturas. De maneira geral, as atividades organizadas com especialização do trabalho na produção de mercadorias, definições de funções/profissões eram: reis, soldados artesãos, sacerdotes, camponeses e escravos. Deste modo, havia uma organização social fruto destas relações de trabalho, estabelecidas a partir do aprimoramento de novas técnicas, diversificação das atividades produtivas como: agricultura, artesanato, comércio, o que levou ao surgimento da propriedade privada da terra em caráter de privilégio de classe, separando homens entre proprietários e não proprietários. O resultado da disputa pelo controle dos meios de produção disponíveis foi a divisão da sociedade em classes, investimento no domínio de uma sociedade sobre a outra (conquistas político-militar).

Nestas sociedades que se caracterizam pelo desenvolvimento do modo de produção asiático, antes do aprimoramento das técnicas agrícolas para ampliarem a produção de alimentos excedentes, os grupos humanos guerreavam entre si, mas não havia prisioneiros, porque não tinham como alimentá-los. Com o aumento de alimentos, tornou mais útil aos “vencedores” nas sociedades antigas escravizar o inimigo capturado do que matá-lo. O homem havia aprendido a domesticar os animais, e pensou que podia fazer o mesmo com seus semelhantes. 

A Escravidão Não Foi Só Africana...

Cada sociedade escravista na antiguidade entendia a escravidão segundo seu ponto de vista. Foram diferentes as relações do escravismo na mesopotâmia, Egito, Roma etc. No Egito antigo, nas demais regiões da África Negra e nos impérios orientais africanos houve, principalmente, a escravidão doméstica. Na história da África houve três tipos de escravidão: a tradicional (fase normal do desenvolvimento histórico do continente africano); a que foi feita pelos árabes na expansão do islã (séc. 7) e a praticada pelos europeus (séc. 15). 

Na Grécia e Roma, a mão de obra escrava também sustentava a economia. Os escravos produziam artesanato, tarefas domésticas, nas minas, na agricultura e navegação. Os povos antigos tinham os costumes de tornar escrava parte da população derrotada nas guerras, escravos por dívidas não pagas a credor ou crimes. Na Grécia antiga havia vários níveis e sistemas de escravidão nas cidades-estados, desde os mais opressivos como em Esparta. Em Roma o ato de conquistar e escravizar povos conquistados foi um dos motores para a ascensão do império, mas também foi uma das causas da derrocada de Roma no séc. 5 d.C., administrar uma população de 25% a 34% na condição de escrava não foi fácil, e ainda conter, junto a outros problemas, as invasões bárbaras. 

Vale ressaltar que o escravismo na antiguidade foi uma invenção do mundo greco-romano, a principal característica do trabalho escravo nas diversas sociedades era a institucionalização deste trabalho, socialmente aceito como parte da moral e dos costumes das diversas civilizações do Oriente e do Ocidente. Exemplo disto, os gregos consideravam que os cidadãos e homens livres deveriam se dedicar à filosofia, à política, enquanto o trabalho, visto como uma atividade inferior, era relegado aos escravos (não cidadãos). Em Roma os trabalhadores livres (plebeus) eram a maioria da população e exerciam funções como artesãos, comerciantes, pequenos proprietários etc., não tinham direitos políticos. A escravidão na antiguidade não tinha distinção de sexo, cor da pele, idade, riqueza, instrução, pois se tornava escravo por várias razões, sobretudo: dívidas, prisioneiros de guerras e prática de crimes, diferente da escravização dos africanos pelos europeus na época moderna (séc. 15 ao 19).

 Trabalho no mundo medieval: do escravismo ao servilismo 


A passagem do escravismo ao servilismo é marcada por profundas transformações ocorridas na Europa ocidental, de domínio romano, para a sociedade feudal. Com o fim das conquistas territoriais, diminuiu o número de escravos, provocando uma queda na produção agrícola. As invasões dos povos bárbaros acirraram sobre o território romano, culminando na desagregação do império e na ruralização da economia. Devido às invasões e a inseguranças, houve a migração das cidades para o campo, para a unidade dos feudos, no qual os donos das terras (senhores feudais) passaram a arrendar suas propriedades para os colonos, escravos libertos, patrícios pobres, que trabalhariam a terr

a e, em troca, pagariam tributos pelo uso e cultivo da terra. 

Surge com o tempo, no mundo medieval, uma nova relação de trabalho denominada servidão, e o sistema social-econômico denominado feudalismo. Gradativamente o trabalho escravo, a partir do séc. 4 e 5, é substituído pelo trabalho servil. O servo estava preso à terra, e às necessidades do feudo e obrigações para com o senhor feudal. Os filhos e descendentes dos servos também estavam presos às obrigações servis. Embora devido à falta de liberdade e obrigações que os servos deviam para com o senhor feudal (dono das terras) é errado confundir trabalho escravo e servil. O escravo era um objeto, uma mercadoria de seu senhor, já os servos eram explorados, porém tinham direitos ao próprio corpo e humanidade, não eram considerados uma simples mercadoria, mas sim parte integrante do sistema feudal (os que cultivavam a terra), segundo a vontade de Deus. Esta forma de trabalho na Europa durou até o século 15, com o surgimento das relações pré-capitalistas de trabalho baseado no comércio. Mas isto será outra história!                                                                                                                                          

Desafios - História

1)  Após leitura do texto sobre as formas de trabalho desenvolvidas nos diferentes tempos e espaços, em diferentes sociedades/civilizações, preencha a ficha com informações sobre as relações de trabalho e organização social-cultural desenvolvidos em cada período:

 

Período

Relações de Trabalho

Organização social/cultural

Pré-história

 

 

 

Antiguidade

 

 

 

Idade média 

 

 

 


 2)  Diferencie, com base em argumentos do texto, as formas de trabalho escravo, servil e livre nas sociedades antigas. Em sua opinião, qual forma era mais injustiçada?

 

 

 

3)  Qual o tipo de trabalho mais utilizado na Idade Antiga? 

 

 

 

4) Na antiguidade, como as pessoas se tornavam escravas? 

 

 

 

 

5) Por que é errado confundir o trabalho escravo com o trabalho obrigatório dos servos?

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