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sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Como elaborar boas pautas para as reuniões pedagógicas

Uma pauta estruturada ajuda a planejar o tempo e é uma aprendizagem para o coordenador

Aurélio Amaral (novaescola@fvc.org.br)
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Aparecida e Flávia. Foto: Marcio Vasconcelos
"Passei a conduzir melhor as conversas,
direcionando as perguntas aos professores
para a reflexão sobre os principais
problemas didáticos apresentados. Não
perdemos mais o foco."

Aparecida Batalha (à esq.), coordenadora
pedagógica da EM Tomé Torres Fernandes,
em Arari (MA)

"Ao analisarmos as pautas dos coordenadores,
eu e a supervisora Janaína fazemos perguntas
e sugestões para que eles avaliem se as
estratégias formativas estão atingindo
os objetivos da reunião."

Flávia Silva, supervisora da Secretaria de
Educação de Arari (MA)
Ana e Dóris. Foto: Tamires Koop
"Eu dava pouca atenção aos objetivos da
reunião e geralmente definia a pauta com
base apenas nas demandas dos professores.
Agora, todos os encontros têm um
encadeamento e as atividades trazem
metas claras de aprendizagem."

Ana Iracema Scherer (à dir.), coordenadora
pedagógica da EMEF Presidente Nilo Peçanha,
em Novo Hamburgo (RS)

"Antes estudávamos coletivamente referências
teóricas, porém não sabíamos como usá-las.
Hoje, as intervenções feitas pela Ana sempre
remetem a situações que vivenciamos
em sala de aula."

Dóris Dettenborn, professora do 2º ano
da EMEF Presidente Nilo Peçanha
Conduzir os encontros de formação de professores é uma das atividades que mais aparecem na rotina do coordenador pedagógico. Mas como garantir que eles de fato contribuam para melhorar a prática da equipe? O segredo para fazer reuniões cada vez mais eficientes é planejá-las com cuidado, prevendo todos os momentos - inclusive os de intervenção dos participantes. E a melhor maneira de fazer isso é elaborando uma boa pauta, que nada mais é do que um roteiro no qual devem constar os objetivos, os conteúdos que serão tratados, as estratégias propostas e os materiais necessários (veja um modelo na próxima página).

Poucas pessoas dão importância a essa preparação. Porém formalizar em um documento esses itens tem vários propósitos. Primeiramente, a pauta evidencia a atuação do coordenador pedagógico na formação continuada docente. O arquivo desses registros é imprescindível na construção da memória coletiva da instituição e certamente vai servir de referência para os próximos formadores que ali vierem a atuar e também para outras escolas da rede. Dessa forma, o trabalho dos profissionais mais experientes vai auxiliando na formação dos iniciantes.

Além disso, o planejamento contribui para a melhor utilização do tempo dedicado à formação. Imagine, por exemplo, deixar uma reunião inconclusa por haver conteúdos demais para o tempo previsto ou ter de interrompê-la para fazer cópias de um material que deverá ser consultado. Tudo isso se resolve ao detalhar o passo a passo do encontro.

A pauta tem um papel ainda mais significativo. "Redigi-la é um momento de aprendizagem para o próprio coordenador", afirma Débora Rana, selecionadora do Prêmio Victor Civita Educador Nota 10 na categoria Gestor. As pautas elaboradas por Ana Iracema Scherer, coordenadora pedagógica da EMEF Presidente Nilo Peçanha, em Novo Hamburgo, a 42 quilômetros de Porto Alegre, não entravam em grandes detalhes até dois anos atrás. Ao começar a colocar no papel a descrição de cada etapa, ela passou a buscar mais referências teóricas, analisar o encadeamento da reunião com o objetivo da formação, estimar com mais precisão a duração das atividades e prever os passos seguintes com base nos conhecimentos que queria construir com a equipe. Isso contribuiu para o melhor trabalho dos docentes, como é o caso de Dóris Dettenborn, professora do 2º ano(leia os depoimentos nas imagens).

Esse processo reflexivo continua inclusive na execução da pauta, momento no qual são incorporados os acontecimentos e as observações que alteram o documento inicial. A análise comparativa da reunião prevista e da efetivamente realizada dá pistas sobre se as estratégias formativas foram bem exploradas e ajuda na preparação dos próximos encontros.
Supervisores e outros coordenadores ajudam no planejamento








Tudo isso, é verdade, dá certo trabalho. Portanto, o apoio da rede de ensino é fundamental. Graças aos encontros com as supervisoras Flávia Silva e Janaína Sousa, Aparecida Batalha, coordenadora da EM Tomé Torres Fernandes, em Arari, a 167 quilômetros de São Luís, obteve orientação para incorporar a elaboração da pauta à sua rotina. Contar com a participação de outros coordenadores da escola ou da rede - e até do diretor - é uma boa maneira de trocar experiências. De qualquer forma, a definição do foco de cada encontro com os professores exige ter em mãos o projeto de formação da escola - documento que descreve as necessidades dos professores com base nos registros deles, nas observações de aula e na análise de desempenho dos alunos.

"A pauta de cada encontro tratará de uma ou algumas dessas necessidades, problematizando os conteúdos e propondo uma articulação com a prática na sala de aula", explica Debora Samori, formadora da Comunidade Educativa Cedac, em São Paulo. Nas reuniões seguintes, outros conteúdos serão destrinchados. A previsão dessa continuidade também deve estar presente na estrutura da pauta.

fonte: GESTÃO ESCOLAR

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