quarta-feira, 22 de março de 2023

O grande debate de Lampião com São Pedro, de José Pacheco

 Para me certificar 

a morte de Lampião 

arrumei o matulão 

andei pra me acabar 

Não escapou-me um lugar 

o Brasil ao estrangeiro 

percorri o mundo inteiro 

procurando a realeza 

até que tive a certeza 

da morte do cangaceiro. 


Andei nas areias gordas 

pilão sem boca e macumba 

as ribeiras de cazumba 

estas eu remexi todas 

passei nas várzea das poldras

 fui à baixa da fulia 

levei uma companhia 

deixei no bico da pata 

passei nas brechas da gata 

dormi na boca da gia. 


Fui à Serra do Cambão 

desci na jumenta prenha 

mandei Chico Tomás Lenha 

no engenho de Felipão 

Pindoba de Damião 

fica perto da furada 

lá deixei um camarada 

caminhei mais légua 

dormi na baixa da égua 

perto da Tábua Lascada. 


Depois eu fui à quinzanga 

o engenho de seu Melo 

subi para o birimbelo 

cheguei na chã da munganga 

treis cassetes de zé panga 

já fica do outro lado 

fui ao cambito quebrado 

do rodete de pinheiro 

deixei o meu companheiro 

na bargada dum sevado


Passei na Chã da Risada 

desci na fazenda mole 

fui à usina do fole 

de Bertolina Pelada 

segui pela mesma estrada 

do alto da geringonça 

do tapado do Mendonça

 puxei para Virador 

e mandei um portador 

dormir na boca da onça. 


E atravessei os mares 

montado em um planeta 

que ao som de uma trombeta 

vinha descendo dos ares 

visitando aqueles lares 

terra de santos e fadas 

naquela mesma jornada

 encostei no arrebol 

cheguei na terra do sol 

na casa da madrugada. 


Ela me deu um abraço 

prestou-me bem atenção 

mandou chamar o verão

 no reino do mestre espaço 

depois chegou o mormaço 

e saiu muito vexado 

porque estava ocupado 

no palácio da manhã 

tratando da sua irmã 

mulher do vento gelado. 


Continuei a viagem 

com boa capa de luva 

porque a terra é de chuva 

e mora dona friagem 

seu palácio era na margem 

do rio major relento 

descansei no aposento 

da velha seca puxada 

nesta noite a trovoada 

deu uma surra no vento. 


No reino da branca aurora 

encontrei a brisa mansa 

que vinha trazer lembrança 

à princesa deusa flora 

a neve aquela hora 

em sua alcova dormia 

depois o sol lhe surgia 

desfazer-lhe do regaço 

enquanto pelo espaço 

a neve branca corria 


P’ra saber de Lampião 

qual foi a parada sua 

subi à terra de lua 

escanchado num trovão 

encontrei um ancião 

velho, barbado e corcundo 

que vinha do fim do mundo 

me viu e foi me contando 

que viu São Pedro açoitando 

um espírito vagabundo 


Chegou no céu, Lampião 

a porta estava fechada 

ele subiu a calçada 

ali bateu com a mão 

ninguém lhe deu atenção 

ele tornou a bater 

ouviu São Pedro dizer: 

— Demore-se lá. quem é? 

estou tomando café 

depois vou receber 


São Pedro depois da janta 

gritou por Santa Zulmira: 

—Traz o cigarro caipira 

acendeu no de São Pranta 

apertou o nó da manta 

vestiu a casaca e veio

 abriu a porta do meio 

falando até agastado: 

— Triste do homem empregado

 que só lhe chega aperreio 


Abriu na frente o portão 

ficou na trave escorado 

branco da cor de um finado 

quando avistou Lampião 

mas com a trave na mão 

não temeu de lhe falar 

e disse: — Aqui não se dar 

aposento a gente mal 

senão que entrar no pau 

acho bom se retirar 


Lampião lhe respondeu: 

— Não venha com seu insulto 

você é um santo bruto 

que ofensa lhe fiz eu? 

e mesmo o céu não é seu 

você também é mandado 

portanto esteja avisado 

se não deixar eu entrar 

nós vamos experimentar 

quem é que tem bom guardado 


Você não entre atrevido 

São Pedro lhe disse assim: 

— Ingresso a quem é ruim

 nesta porta é proibido 

não sabes que sois bandido 

roubador da vida humana 

alma ferina e tirana 

coração cruel perverso! 

como queres um ingresso 

nesta mansão soberana 


— É certo fui bandido 

perverso, estrompa, voraz 

porém, quem foi não é mais 

é mesmo que não ter sido 

mesmo eu sou garantido 

por um provérbio que tenho 

escrito sobre um desenho 

por pessoas elevadas 

o qual diz: — águas passadas 

Não dão voltas a meu engenho 


— Não quero articulação 

você aqui nada tem 

— É como você também 

lhe respondeu Lampião 

é porque do seu patrão 

você transmite um mandado 

eu tenho visto empregado 

sair do trabalho expulso 

sem direção, sem recurso 

por qualquer trabalho errado. 


Ali falou São Bernardo 

Que também vinha chegando 

— Pedro você está brincando 

com este cabra safado? 

vá me chamar São Ricardo 

e São Francisco da Penha 

diga a São Tomé que venha 

e chame São Juvenal 

traga um pau do quintal 

e uma lasca de lenha. 


São Pedro ergueu-se nos pés 

E disse de cara feia: 

— Pra dar num cabra de peia 

não precisa oito nem dez 

e gritou por São Moisés: 

— Vamos dar no bandoleiro 

saltou no meio do terreiro 

até preparar a faca 

gritando: — Quebra uma estaca 

Arranque um pau do chiqueiro 


São Paulo estava no quintal

 mas ouvindo a discussão 

apertou o cinturão 

e botou a faca na cinta 

encontrou Santa Jacinta 

que lá vinha no caminho 

e disse a Santo Agostinho 

arretocendo o bigode: 

— Arreda que tu não pode

 Eu pego o cabra sozinho. 


Porém antes de pegar 

desceu um grande corisco 

jogado por São Francisco 

da porta do quarto andar

 num tremendo ribombar

 um trovão também desceu 

o espaço escureceu 

veio um forte pé-de-vento 

Lampião neste momento 

dali desapareceu 


Poeta tem liberdade 

Sagrado dom da natura 

conforme a literatura 

escreve o que tem vontade 

 também a propriedade 

precisa o dono ter 

pelo menos vou dizer 

se meu espírito não mente 

poeta também é gente 

também precisa comer

Métrica do Cordel

 01. O início

A evolução da literatura de cordel no Brasil não ocorreu de maneira harmoniosa. A oral, precursora da escrita, engatinhou penosamente em busca de forma estrutural. Os primeiros repentistas não tinham qualquer compromisso com a métrica e muito menos com o número de versos para compor as estrofes. Alguns versos alongavam-se inaceitavelmente, outros, demasiado breves. Todavia, o interlocutor respondia rimando a última palavra do seu verso com a última do parceiro, mais ou menos assim:

Repentista A – O cantor que pegá-lo de revés
Com o talento que tenho no meu braço…

Repentista B – Dou-lhe tanto que deixo num bagaço
Só de murro, de soco e ponta-pés.

 

02. Parcela ou Verso de quatro sílabas

A parcela ou verso de quatro sílabas é o mais curto conhecido na literatura de cordel. A própria palavra não pode ser longa do contrário ela sozinha ultrapassaria os limites da métrica e o verso sairia de pé quebrado. A literatura de cordel por ser lida e ou cantada é muito exigente com questão da métrica. Vejamos uma estrofe de versos de quatro sílabas, ou parcela.

Eu sou judeu
para o duelo
cantar martelo
queria eu
o pau bateu
subiu poeira
aqui na feira
não fica gente
queimo a semente
da bananeira.

Quando os repentistas cantavam parcela (sim, cantavam, porque esta modalidade caiu em desuso), os versos brotavam numa seqüência alucinante, cada um querendo confundir mais rapida mente o oponente. Esta modalidade é pre-galdiniana, não se conhecendo seu autor.

 

03. Verso de cinco sílabas

Já a parcela de cinco sílabas é mais recente, e não há registro de sua presença antes de Firmino Teixeira do Amaral, cunhado de Aderaldo Ferreira de Araújo, o Cego Aderaldo. A parcela de cinco sílabas era cantada também em ritmo acelerado, exigindo do repentista, grande rapidez de raciocínio. Na peleja do Cego Aderaldo com Zé Pretinho do Tucum, da autoria de Firmino Teixeira do Amaral, encontramos estas estrofes:

Pretinho:
no sertão eu peguei
um cego malcriado
danei-lhe o machado
caiu, eu sangrei
o couro tirei
em regra de escala
espichei numa sala
puxei para um beco
depois dele seco
fiz dele uma mala

Cego:
Negro, és monturo
Molambo rasgado
Cachimbo apagado
Recanto de muro
Negro sem futuro
Perna de tição
Boca de porão
Beiço de gamela
Venta de moela
Moleque ladrão

Estas modalidades, entretanto, não foram as primeiras na literatura de cordel. Ao contrário, ela vieram quase um século depois das primeiras manifestações mais rudimentares que permitiram, inicialmente, as estrofes de quatro versos de sete sílabas.

 

04. Estrofes de quatro versos de sete sílabas

O Mergulhão quando canta
Incha a veia do pescoço
Parece um cachorro velho
Quando está roendo osso.

Não tenho medo do homem
Nem do ronco que ele tem
Um besouro também ronca
Vou olhar não é ninguém

A evolução desta modalidade se deu naturalmente. Vejamos a última estrofe de quatro versos acrescida de mais dois, formando a nossa atual e definitiva sextilha:

Meu avô tinha um ditado
meu pai dizia também:
não tenho medo do homem
nem do ronco que ele tem
um besouro também ronca
vou olhar não é ninguém.

 

05. Sextilhas

Agora, de posse da técnica de fazer sextilhas, e uma vez consagradas pelos autores, esta modalidade passou a ser a mais indicada para os longos poemas romanceados, principalmente a do exemplo acima, com o segundo, o quarto e o sexto versos rimando entre si, deixando órfãos o primeiro, terceiro e quinto versos. É a modalidade mais rica, obrigatória no início de qualquer combate poético, nas longas narrativas e nos folhetos de época. Também muito usadas nas sátiras políticas e sociais. É uma modalidade que apresenta nada menos de cinco estilos: aberto, fechado, solto, corrido e desencontrado. Vamos, pois, aos cinco exemplos:

Aberto
Felicidade, és um sol
dourando a manhã da vida,
és como um pingo de orvalho
molhando a flor ressequida
és a esperança fagueira
da mocidade florida.

Fechado
Da inspiração mais pura,
no mais luminoso dia,
porque cordel é cultura
nasceu nossa Academia
o céu da literatura,
a casa da poesia.

Solto
Não sou rico nem sou pobre
não sou velho nem sou moço
não sou ouro nem sou cobre
sou feito de carne e osso
sou ligeiro como o gato
corro mais do que o vento.

Corrido
Sou poeta repentista
Foi Deus quem me fez artista
Ninguém toma o meu fadário
O meu valor é antigo
Morrendo eu levo comigo
E ninguém faz inventário

Desencontrado
Meu pai foi homem de bem
Honesto e trabalhador
Nunca negou um favor
Ao semelhante, também
Nunca falou de ninguém
Era um homem de valor.

 

06. Setilhas

Uma prova de que as setilhas são uma modalidade relativamente recente está na ausência quase completa delas na grande produção de Leandro Gomes de Barros. Sim, porque pela beleza rítmica que essas estrofes oferecem ao declamador, os grandes poetas não conseguiram fugir à tentação de produzi-las. Para alguns, as setilhas, estrofes de sete versos de sete sílabas, foram criadas por José Galdino da Silva Duda, 1866 – 1931. A verdade é que o autor mais rico nessas composições, talvez por se tratar do maior humorista da literatura, de cordel, foi José Pacheco da Rocha, 1890 – 1954. No poema A CHEGADA DE LAMPIÃO NO INFERNO, do inventivo poeta pernambucano, encontram estas estrofes:

Vamos tratar da chegada
quando Lampião bateu
um moleque ainda moço
no portão apareceu.
– Quem é você, Cavalheiro –
– Moleque, sou cangaceiro –
Lampião lhe respondeu.

– Não senhor – Satanás, disse
vá dizer que vá embora
só me chega gente ruim
eu ando muito caipora
e já estou com vontade
de mandar mais da metade
dos que tem aqui pra fora.

Moleque não, sou vigia
e não sou o seu parceiro
e você aqui não entra
sem dizer quem é primeiro
– Moleque, abra o portão
saiba que sou Lampião
assombro do mundo inteiro.

Excelente para ser cantada nas reuniões festivas ou nas feiras, esta modalidade é, ainda hoje, muito usada pelos cordelistas. Esta modalidade é, também, usada em vários estilos de mourão, que pode ser cantado em seis, sete, oito e dez versos de sete sílabas. Exemplos:

Cantador A
– Eu sou maior do que Deus
maior do que Deus eu sou

Cantador B
– Você diz que não se engana
mas agora se enganou

Cantador A
– Eu não estou enganado
eu sou maior no pecado
porque Deus nunca pecou.

Ou com todos os versos rimados, a exemplo das sextilhas
explicadas antes:

Cantador A –
Este verso não é seu
você tomou emprestado

Cantador B –
Não reclame o verso meu
que é certo e metrificado

Cantador A –
Esse verso é de Noberto
Se fosse seu estava certo
como não é está errado.

 

07. Oito pés de quadrão ou Oitavas

Os oito pés de quadrão, ou simplesmente oitavas, são estrofes de oito versos de sete sílabas. A diferença dessas estrofes de cunho popular para as de linha clássica é apenas a disposição das rimas. Vejam como o primeiro e o quinto versos desta oitava de Casimiro de Abreu (1837 – 1860) são órfãos:

Como são belos os dias
Do despontar da existência
– Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar – é lago sereno,
O Céu – Um manto azulado,
O mundo – um sonho dourado,
A vida um hino de amor.

Na estrofe popular aparecem os primeiros três versos rimados entre si; também o quinto, o sexto e o sétimo, e finalmente o quarto com o último, não havendo, portanto um único verso órfão. Assim:

Diga Deus Onipotente
Se é você, realmente
Que autoriza, que consente
No meu sertão tanta dor
Se o povo imerso no lodo
apregoa com denodo
que seu coração é todo
De luz, de paz e de amor.

 

08. Décimas

As décimas, dez versos de sete sílabas, são, desde sua criação no limiar do nosso século, as mais usadas pelos poetas de bancada e pelos repentistas. Excelentes para glosar motes, esta modalidade só perde para as sextilhas, especialmente escolhidas para narrativas de longo fôlego. Ainda assim, entre muitos exemplos, as décimas foram escolhidas por Leandro Gomes de Barros para compor o longo poema épico de cavalaria A BATALHA DE OLIVEIROS COM FERRABRAZ, baseado na obra do imperador francês Carlos Magno:

Eram doze cavalheiros
Homens muito valorosos
Destemidos, corajosos
Entre todos os Guerreiros
Como bem fosse Oliveiros
um dos pares de fiança
Que sua perseverança
Venceu todos os infiéis
Eram uns leões cruéis
Os doze pares de França.

 

09. Martelo Agalopado

O Martelo agalopado, estrofe dez versos de dez sílabas, é uma das modalidades mais antigas na literatura de cordel. Criada pelo professor Jaime Pedro Martelo (1665 – 1727), as martelianas não tinham, como o nosso martelo agalopado, compromisso com o número de versos para a composição das estrofes. Alongava-se com rimas pares, até completar o sentido desejado. Como exemplo, vejamos estes alexandrinos:

“Visitando Deus a Adão no Paraíso
achou-o triste por viver no abandono,
fê-lo dormir logo um pesado sono
e lhe arrancou uma costela, de improviso
estando fresca ficou Deus indeciso
e a pôs ao Sol para secar um momento
mas por causa, talvez dum esquecimento
chegou um cachorro e a carregou,
nessa hora furioso Deus ficou
com a grande ousadia do animal
que lhe furtara o bom material
feito para a construção da mulher,
estou certo, acredite quem quiser
eu não sou mentiroso nem vilão,
nessa hora correu Deus atrás do cão
e não podendo alcançar-lhe e dá-lhe cabo
cortou-lhe simplesmente o meio rabo
e enquanto Adão estava na trevas
Deus pegou o rabo do cão e fez a Eva.”

Com tamanha irresponsabilidade, totalmente inaceitável na literatura de cordel, o estilo mergulhou, desde o desaparecimento do professor Jaime Pedro Martelo em 1727, em completo esquecimento, até que em 1898, José Galdino da Silva Duda dava à luz feição definitiva ao nosso atual martelo agalopado, tão querido quanto lindo. Pedro Bandeira não nos deixa mentir:

Admiro demais o ser humano
que é gerado num ventre feminino
envolvido nas dobras do destino
e calibrado nas leis do Soberano
quando faltam três meses para um ano
a mãe pega a sentir uma moleza
entre gritos lamúrias e esperteza
nasce o homem e aos poucos vai crescendo
e quando aprende a falar já é dizendo:
quanto é grande o poder da Natureza.

Há, também, o martelo de seis versos, como sempre, refinado, conforme veremos nesta estrofe:

Tenho agora um martelo de dez quinas
fabricado por mãos misteriosas
enfeitado de pedras cristalinas
das mais raras, bastante preciosas,
foi achado nas águas saturninas
pelas musas do céu, filhas ditosas.

 

10. Galope à Beira Mar

Com versos de onze sílabas, portanto mais longos do que os de martelo agalopado, são os de galope à beira mar, como estes da autoria de Joaquim Filho:

Falei do sopapo das águas barrentas
de uma cigana de corpo bem feito
da Lua, bonita brilhando no leito
da escuridão das nuvens cinzentas
do eco do grande furor das tormentas
da água da chuva que vem pra molhar
do baile das ondas, que lindo bailar
da areia branca, da cor de cambraia
da bela paisagem na beira da praia
assim é galope na beira do mar.

Logicamente que há o galope alagoano, à feição de martelo agalopado, com dez versos de dez sílabas cuja diferença única é a obrigatoriedade do mote: “Nos dez pés de galope alagoano”.

 

11. Meia Quadra

Outra interessante modalidade é a Meia Quadra ou versos de quinze sílabas. Não sabemos porque se convencionou chamar de meia quadra, quando poderia, muito bem, se chamar de quadra e meia ou até de quadra dupla. As rimas são emparelhadas e os versos, assim compostos:

Quando eu disser dado é dedo você diga dedo é dado
Quando eu disser gado é boi você diga boi é gado
Quando eu disser lado é banda você diga banda é lado
Quando eu disser pão é massa você diga massa é pão

Quando eu disser não é sim você diga sim é não
Quando eu disser veia é sangue você diga sangue é veia
Quando eu disser meia quadra você diga quadra e meia
Quando eu disser quadra e meia você diga meio quadrão.

A classificação da literatura de cordel há sido objeto da preocupação dos chamados iniciados, pesquisadores e estudiosos. As classificações mais conhecidas são a francesa de Robert Mandrou, a espanhola de Julio Caro Baroja, as brasileiras de Ariano Suassuna, Cavalcanti Proença, Orígenes Lessa, Roberto Câmara Benjamin e Carlos Alberto Azevedo. Mas a classificação autenticamente popular nasceu da boca dos próprios poetas.

No limiar do presente século, quando já brilhava intensamente à luz de Leandro Gomes de Barros, fluía abundante o estro de Silvino Pirauá e jorrava preciosa a veia poética de José Galdino da Silva Duda. Esses enviados especiais passaram a dominar com facilidade a rima escorregadia, amoldando, também, no corpo da estrofe o verso rebelde. Era o início de uma literatura tipicamente nordestina e por extensão, brasileira, não havendo mais, nos nossos dias, qualquer vestígio da herança peninsular.

Atualmente a literatura de cordel é escrita em composições que vão desde os versos de quatro ou cinco sílabas ao grande alexandrino. Até mes mo os princípios conservadores defendidos pelos nossos autores ortodoxos referem-se a uma tradição brasileira e não portuguesa ou espanhola. Os textos dos autores contemporâneos, apresentam um cuidado especial com a uniformização ortográfica, com o primor das rimas, com a beleza rítmica e com a preciosidade sonora.


Fonte: http://www.ablc.com.br/o-cordel/metricas-2/

Paulo Roberto - The Mutuca Podcast #20

 Olá amigos!!! criamos um Podcast para tratarmos de assuntos relacionados a Educação, Cultura e Projetos Sociais. No Episódio #20 conversamos com o Pastor Paulo Roberto .... Confira!!!!


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Dia Nacional da Consciência Negra

O dia 20 de novembro faz menção à consciência negra, a fim de ressaltar as dificuldades que os negros passam há séculos. A escolha da data foi em homenagem a Zumbi, o último líder do Quilombo dos Palmares, em consequência de sua morte. Zumbi foi morto por ser traído por Antônio Soares, um de seus capitães. A localização do quilombo ficava onde é hoje o estado de Alagoas, na Serra da Barriga. O Quilombo dos Palmares foi levantado para abrigar escravos fugitivos, pois muitos não suportavam viver tendo que aguentar maus tratos e castigos de seus feitores, como permanecerem amarrados aos troncos, sob sol ou chuva, sem água e sofrendo com açoites e chicotadas. O local abrigou uma população de mais de vinte mil habitantes. Ao longo da história, os negros não foram tratados com respeito, passando por grandes sofrimentos. Pelo contrário, foram escravizados para prestar serviços pesados aos homens brancos, tendo que viver em condições desumanas, amontoados dentro de senzalas. Muitas vezes suas mulheres e filhas serviam de escravas sexuais para os patrões e seus filhos, feitores e capitães do mato, que depois as abandonavam. As casas dos escravos eram de chão batido, não tinham móveis nem utensílios para cozinhar. As esposas dos barões é quem lhes concedia alguns objetos, para diminuir as dificuldades de suas vidas. Nem mesmo estando doentes eram tratados de forma diferente, com respeito e dignidade. Ficavam sem remédios e sem atendimento médico, motivo pelo qual inventaram medicamentos com ervas naturais, ações aprendidas com os índios durante o período de colonização.

Algumas leis foram criadas para defender os direitos dos negros, pois muitas pessoas não concordavam com a escravização. A Lei do Ventre Livre foi a primeira delas, criada em 1871, concedendo liberdade aos filhos dos escravos nascidos após a lei. No ano de 1885, criaram a Lei dos Sexagenários, dando liberdade aos escravos com mais de sessenta anos de idade. Porém, com a Lei Áurea, assinada pela Princesa Isabel em 13 de maio de 1888, foi que os escravos conquistaram definitivamente sua liberdade. O grande problema dessa libertação foi que os escravos não sabiam realizar outro tipo de trabalho, continuando nas casas de seus patrões, mesmo estando libertos. Com isso, a tão esperada liberdade não chegou por completo.

(Adaptado de http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/datas-comemorativas/dia-nacional-consciencia-negra.htm)


ATIVIDADE


1. De acordo com o texto, podemos afirmar que:

a) existe uma comparação entre a escravidão dos negros e a dos índios.

b) a escravidão era natural e aceita por todos, inclusive pelos negros.

c) os negros eram bem alimentados para trabalhar melhor.

d) os índios eram responsáveis por cuidar de negros que ficavam doentes.

e) Antes de 1888, nem todos os negros eram livres no Brasil.


2. Analise as alternativas a seguir acerca de Zumbi:

I – Era conhecido como Antônio Soares.

II – Foi um dos primeiros líderes do Quilombo de Palmares.

III – Em homenagem a Zumbi, criou-se o dia 20 de novembro.

A única alternativa que traz afirmação (ou afirmações) incorreta(s) é:

a) I.

b) I e II.

c) II.

d) II e III.

e) I e III.


3. A palavra “menção” na primeira linha do texto pode ser substituída, sem prejuízo

para o sentido do texto e para a correção gramatical por:

a) referência.

b) consequência.

c) orientação.

d) miram.

e) interligação.


4. Embora a libertação dos escravos tenha sido um avanço para o Brasil no diz

respeito aos direitos humanos, isso deixou aspectos nada negativos para os negros

conforme ilustra o texto? Justifique sua resposta.

5. Nos dia de hoje, que problemas existem ainda em relação a esse fato histórico?


GABARITO:

1 – E

2 – B

3 – A

4 – Conforme é descrito no último parágrafo, os negros, apesar de serem livres, não

sabiam realizar outras atividades profissionais e, por consequência, permaneciam

morando com seus patrões.

5 - Resposta pessoal

Júnior Ximenes - The Mutuca Podcast #19

  Olá amigos!!! criamos um Podcast para tratarmos de assuntos relacionados a Educação, Cultura e Projetos Sociais. No Episódio #19 conversamos com o radialista Júnior Ximenes .... Confira!!!!



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Atividade de Matemática - 7º ano

1 - Clementina pagou uma conta de luz no valor de R$ 58,00. Esse valor corresponde a 8% de seu salário. Podemos afirmar que o salário de Clementina é

(A) R$ 580,00.

(B) R$ 725,00.

(C) R$ 750,00.

(D) R$ 800,00.


2 - O carro de Pantito consome 1 litro de gasolina a cada 10 quilômetros percorridos. Para ir da sua casa ao sítio, que fica distante 63 quilômetros, o carro consome

(A) um pouco menos de 6 litros de gasolina.

(B) exatamente 6 litros de gasolina.

(C) um pouco mais de 6 litros de gasolina.

(D) exatamente 7 litros de gasolina.


3 - Na coleção de figurinhas da Torresmo estava sobrando 36 figurinhas, ele repartiu igualmente esta quantidade com seus amigos Costela, Pantito e Zefirino. Quantas figurinhas cada um dos amigos de Torresmo receberam?

(A) 6.

(B) 9.

(C) 12.

(D) 16.


4 - O número que dividido por 7 dá quociente 23 e resto 5 é:

(A) 161.

(B) 166.

(C) 176.

(D) 181.


5 - Quantos minutos são necessários para que o ponteiro dos minutos do relógio percorra 90°?

(A) 15 minutos.

(B) 30 minutos.

(C) 45 minutos.

(D) 60 minutos.


6 - Para pintar a casa da Dona Maria Preá, foram gastos 25 litros de tinta branca, 21 litros de tinta verde e 17 litros de tinta azul. Ao todo quantos litros de tinta foram gastos para pintar a casa da Dona Maria Preá?

(A) 46.

(B) 52

(C) 53.

(D) 63.


7 - Kaveva entrou em um elevador e subiu 4 andares, em seguida desceu 9 andares parando no 1º andar do prédio. Em que andar Marta entrou no elevador inicialmente?

(A) 3º andar.

(B) 5º andar.

(C) 7º andar.

(D) 9º andar.


8 - Na aula de matemática Torresmo copiou em seu caderno a seguinte expressão e numérica:

x² – 5x + 6

Qual o valor desta expressão quando x for igual a 2 ?

(A) 0.

(B) 1.

(C) 2.

(D) 3.

Neudo Gomes - The Mutuca Podcast #18

 Olá amigos!!! criamos um Podcast para tratarmos de assuntos relacionados a Educação, Cultura e Projetos Sociais. No Episódio #18 conversamos com Neudo Vídeo, que falou sobre os vídeos de seu canal, que contam um pouco da História de São Benedito, e de cidades da Região; Vale a pena Conferir!!!!



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