1. Como foi um período longo, dividimos a Era Vargas em 3
períodos:
governo provisório (1930-34)
governo constitucional (1934-37)
governo ditatorial – Estado Novo (1937-45)
2. VISÃO GERAL
Brasil sofreu grandes mudanças políticas, econômicas e
sociais
Influência da personalidade forte e carismática de Getúlio
que inovou na arte da política e da condução das massas, através do populismo.
Soube como ninguém canalizar em proveito próprio as divergências
entre as diversas forças sociais que venceram a Revolução de 1930
Retornou “nos braços do povo” para mais um mandato.(ELEITO)
Eis algumas das mudanças ocorridas durante seu governo:
Urbanização e crescimento das cidades superando o número de
habitantes no campo;
ampliação do setor industrial e consolidação de uma política
industrial nacionalista;
substituição das oligarquias rurais pelos setores urbanos
industriais na condução política do país;
crescimento da classe média e do operariado juntamente com a
luta por maior participação política e reivindicações sociais.
Política Trabalhista:
O desenvolvimento de cidades como São Paulo e Rio de Janeiro
atraiu um grande número de trabalhadores rurais que imigravam, principalmente
do Nordeste para a região Sul-Sudeste. Fugiam de problemas crônicos como a
seca, a fome e a miséria, transformando-se numa grande quantidade de
mão-de-obra disponível para as indústrias nascentes.
Juntamente com o crescimento do operariado brasileiro cresce
a luta por melhores condições de vida e de trabalho, despertando uma
consciência de classe por parte dos trabalhadores. Esse desejo de ampliar a
participação política dos trabalhadores levou Getúlio a criar uma política,
inspirada na Carta del Lavoro do fascismo italiano, que ao mesmo tempo lhe
garantisse a simpatia da classe trabalhadora e permitisse a manipulação e
monitoramento de suas atitudes através do controle dos sindicatos.
As conquistas
trabalhistas do período devem ser entendidas como fruto da luta dos
trabalhadores através dos inúmeros enfrentamentos com a polícia e seguidas
greves. Porém, confundia-se nesse momento com a própria figura carismática do
presidente da república, inclusive identificando-o com os trabalhadores e não
com as classes que o mantinham no poder. Esse jogo populista apresentava
Getúlio como o “pai dos pobres” “protetor dos trabalhadores” e escondia sua
verdadeira intenção de manipulação.
A Constituição
de 1934 trazia duas grandes inovações: a mudança na legislação eleitoral (voto
secreto, a representação classista, o voto das mulheres e a criação de uma
Justiça Eleitoral) e as leis trabalhistas. Essas leis pouco funcionavam na
prática por falta de fiscalização do próprio governo e atingiam um número ainda
reduzido de trabalhadores. Mas, sem dúvida, foi um avanço na relação entre o
Estado e as massas. Foi criado o Ministério do Trabalho, da Indústria e
Comércio e criou-se a regulamentação dos salários, da jornada de trabalho, dos
sindicatos e dos direitos básicos:
a) criação dos salários mínimos regionais;
b) férias remuneradas;
c) jornada diária máxima de 8 horas;
d) proteção ao trabalho da mulher e da criança;
e) descanso semanal remunerado;
f) indenização em demissões sem justa causa;
Em 1943 as leis
trabalhistas criadas no governo Vargas foram reunidas e codificadas na chamada
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), marcando a história da legislação
trabalhista no Brasil.
Industrialização:
Durante o
governo Vargas a política industrial cresceu como nunca. O fator externo que
mais colaborou para isso foi a Segunda Guerra Mundial (1939-45). Foi o período
de desorganização do comércio mundial, acarretando dificuldades ao Brasil para
a importação de produtos e estimulando uma produção interna de substituição. As
industrias diversificaram suas atividades, estimuladas pelo governo do Estado
Novo, para suprir as necessidades do mercado interno. O governo interveio na
economia e apoiou os empresários, através de investimentos na indústria de base
e na infra-estrutura necessária. Nacionalizou a exploração das riquezas
minerais e da siderurgia (indústria de base). De 1933 a 1939 a produção
industrial brasileira cresceu em média 11% ao ano e dos quase 50.000
estabelecimentos fabris que havia em 1940 aproximadamente 35.000 foram
instalados na década de 30.
Fatores que
contribuíram para essa situação:
a) desvalorização cambial e esgotamento das
reservas monetários com a conseqüente redução das importações;
b) investimento na indústria de grupos ligados aos
setores de exportação;
c) investimentos estatais em ferrovias, navegação,
serviços públicos, siderurgia, energia elétrica e petróleo, através de uma
política nacionalista e protecionista;
d) disponibilidade de mão-de-obra.
Foram criados
nessa época o Conselho Nacional do Petróleo, a Usina Siderúrgica de Volta
Redonda, a Companhia Vale do Rio Doce, a Companhia Nacional de Álcalis, a
Fábrica Nacional de Motores e a Companhia Hidrelétrica do São Francisco. Porém
o avanço industrial ainda estava preso à dependência tecnológica e implicava na
realização de empréstimos externos e alargamento da dependência em relação aos
EUA.
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